Maju Cotrim

O ano de 2019 vai chegando ao fim sem nenhum desfecho ou linha de investigação divulgada sobre o assassinato do ex-prefeito de Miracema, Moisés da Sercom. O caso chocou até quem não o conhecia mas que acompanha a política do Tocantins com repercussão inclusive nacional. Existe “crime perfeito” ou isso é apenas na música do Engenheiros do Hawai?

Oficialmente a Secretaria de Segurança Publica sempre que procurada pela Gazeta diz que as investigações estão em curso. Estrategicamente, é claro, a Polícia não vai divulgar andamento de investigações porém o silêncio sobre o caso há mais de um ano tem dois efeitos: aumenta a angústia da família e ainda várias sondagens de boca a boca que correm na cidade inclusive. Na cidade fala-se tudo… até nomes chegam a ser “apontados” , supostos contextos chegam a ser traçados em mesas de bar, rodas de conversa: todo mundo virou um detetive. Qualquer pingo virou uma letra…Moisés incomodava alguém? Havia algo errado no reino de sua gestão? Quem? Como? Onde e Porque? Silêncio!

A entrevista exclusiva do irmão da vítima a Gazeta do Cerrado quando ele disse que 90% das investigações estavam concluídas e ainda que o crime seria de natureza política aumentou a tensão na cidade. Todos os políticos inclusive comentam nas rodas de conversa que a declaração aumentou o tom de suspeitas. O prefeito da cidade, Saulo Milhomem oficialmente sempre defende a elucidação do crime e no dia que o crime ocorreu estava em Palmas em meio ainda ao luto de sua mãe, segundo contam seus aliados. O grupo de Moisés está literalmente “numa guerra fria” com o ex-vice que de uma hora pra outra em meio ao luto da cidade teve que assumir o Comando e tomar medidas que lhe competem nas suas prerrogativas de gestor mas que a cada passo e em meio a este cenário são sempre analisadas de maneira mais veemente.

A falta de respostas para o Caso Moisés é cruel não porque se tratava de um prefeito de uma cidade (já que milhares de pessoas comuns também aguardam respostas para crimes e a avó da menina Laura por exemplo até hoje se pergunta onde ela está) mas porque enquanto nada oficial é apontado o “julgamento das ruas” lança suspeitas sobre várias pessoas.

A Polícia Civil do Tocantins tem uma atuação importante e mesmo em meio a um 2019 com muitas polêmicas no âmbito institucional com vários capítulos envolvendo delegados e governo e forte e preparada para elucidar todos os tipos de investigação. Tantos casos que chegam a ser resolvidos em menos de 24 horas…o próprio balanço deste ano da pasta mostra aumento no índice de resolução de crimes… um caso como esse é claro tem alto índice de complexidade porém vale a pergunta: a quem interessa o silêncio sobre o caso Moisés?

Apuramos nos bastidores que por várias vezes mandados de prisão e busca e apreensão chegaram a ser solicitados ao judiciário porém ainda não foram liberados.A informação é de bastidores e não oficial já que o caso é sigiloso.

2020 e ano eleitoral e com esse crime pendente a cidade tende a viver um clima ainda mais intenso…já houve manifestação, outdoor, apelo para as autoridades e nada…

A viúva, ainda inconsolável, é discreta mas enquanto o MDB tenta transformar a indignação em uma oportunidade para o próximo ano, pessoas mais próximas contam que ela é resistente a entrar na política e que precisa primeiro saber o que aconteceu para conseguir digerir e seguir a vida.

Acabou 2018, acabou 2019 só não acabou o mistério que continua cada vez mais latente: “quem mandou ou quem matou Moisés da Sercom?”.

Familiares, amigos e vereadores de Miracema foram até o Ministério da Justiça em Brasília – Divulgação