TV Anhanguera teve acesso aos nomes de alguns dos alvos da Operação Naum, que investiga investimentos e aplicações do Instituto de Gestão Previdenciária no Tocantins (Igeprev). Além do deputado estadual Eduardo Siqueira Campos, que está depondo na sede da PF desde a manhã, também há mandados para ex-diretores do instituto e um doleiro.
Os primeiros nomes divulgados são os do ex-secretário de administração do Tocantins, Lúcio Mascarenhas; do ex-diretor de finanças do instituto, Nilmar Ribeiro Máximo; do ex-diretor de previdência, Hélio Andrade Aguiar; do antigo chefe jurídico, Robson Alexandre Tavares; do ex-superintendente, Edson Santana Matos; do ex-gestor do Igeprev, Rogério Villas Boas e do doleiro Fayed Traboulsi.
Entre os citados, apenas Rogério Villas Boas e Fayed Traboulsi estão fora do Tocantins. Todos os mandados são de condução coercitiva. A defesa de Lúcio Mascarenhas disse que vai retornar o contato após o depoimento. Os advogados de Rogério Villas Boas e Edson Santana Matos não atenderam as ligações.
O G1 não conseguiu contato com as defesas de Nilmar Ribeiro Máximo, Hélio Andrade Aguiar, Robson Alexandre Tavares e Fayed Traboulsi. Alguns dos advogados estão acompanhando os depoimentos na sede da Polícia Federal em Palmas. Ainda há outros alvos da operação fora do estado, mas os nomes ainda não foram divulgados.
A Polícia não informou o número de mandados, mas a operação acontece nos estados de Goiás, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal, além do Tocantins. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região proibiu a divulgação de dados incluídos nos autos.
A investigação
De acordo com a investigação, o Instituto fez aplicações contrárias às permitidas pela resolução do Conselho Monetário Nacional. A suspeita é que também foram feitas aplicações em fundos problemáticos com alto risco de perdas, conhecidos no mercado como fundos podres.
O prejuízo aos cofres públicos é de R$ 263.648.310,47. Segundo a PF, também foram constatadas aplicações no montante de R$ 1.176.842.671,64 em 27 fundos sem liquidez e com possíveis prejuízos.
A PF informou ainda que a investigação é um desdobramento da Operação Miquéias realizada pela PF do Distrito Federal para desarticular duas organizações criminosas com atuações distintas: uma envolvida em lavagem de dinheiro e a outra acusada de má gestão de recursos de entidades previdenciárias.
O nome da operação foi inspirado em um profeta bíblico. Entre os profetas menores do velho testamento, Naum aparece depois do livro de Miquéias. Assim, o objetivo é lembrar a relação de sucessão entre as duas investigações, segundo a polícia.
Fonte: G1 Tocantins