A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou na tarde desta quinta-feira (16) que a vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos, a partir de agora, está restrita aos jovens com comorbidades. Durante a manhã o próprio governo estadual e a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), criticaram a mudança de orientação do Ministério da Saúde (MS).
A SES tinha informado que ainda iria se reunir com representantes de outros estados e dos municípios tocantinenses para definir o que fazer. Agora, em uma nota o governo afirmou que vai seguir a orientação do MS.
“A Secretaria de Estado da Saúde informa que segue irrestritamente o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), do Ministério da Saúde (MS) e, portanto, seguirá as determinações da Nota Técnica n° 1/2021-SECOVID/GAB/SECOVID/MS, a qual revisou e restringiu a recomendação sobre a imunização contra Covid-19, em adolescentes de 12 a 17 anos.”
O texto continua: “A SES destaca que a partir de agora – até que venham novas recomendações do MS – no Tocantins, a vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos, está restrita aos jovens com comorbidades, que apresentem deficiência permanente ou que estejam privados de liberdade”.
Apesar das orientações do MS e da Secretaria de Estado da Saúde, os municípios têm autonomia para definir a faixa etária e a ordem de aplicação, desde que possuam doses da vacina que foi liberada para o público pela Anvisa. Muitas cidades no Tocantins, inclusive, atingiram o grupo de 18 anos muito antes do recomendado pelo PNO.
Em Gurupi, por exemplo, o município informou que vai manter o cronograma de imunização para adolescentes de 13 anos nesta sexta-feira (17) enquanto aguarda definições pelos conselhos de secretarias.
Araguaína informou que aguarda nota técnica do Ministério da Saúde e enquanto não houver comunicado oficial, continuará imunizando jovens dos 12 aos 17 anos. O G1 solicitou posicionamento de Palmas e aguarda resposta.
O que diz a nota do Ministério?
O Ministério da Saúde publicou uma nota informativa nesta quarta-feira (15) em que volta atrás sobre a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. Agora, a orientação do ministério é que não seja feita a vacinação deste grupo.
A vacinação deve ficar restrita a três perfis específicos:
- adolescentes com deficiência permanente,
- adolescentes com comorbidades,
- e adolescentes que estejam privados de liberdade.
A nota informativa desta quarta-feira (5) contraria uma outra publicada pela pasta em 2 de setembro, que recomendava a vacinação para esses adolescentes a partir do dia 15.
A decisão foi tomada dentro de um contexto de aumento dos relatos de falta de vacinas no país, sobretudo para a segunda dose.
Além disso, o recuo é o segundo na semana: na quarta-feira, após o ministro Marcelo Queiroga dizer que há “excesso de vacinas”, o governo voltou atrás e manteve o intervalo de 12 semanas para a segunda dose da vacina AstraZeneca. A previsão era reduzir para 8 semanas neste mês.