Com a prisão preventiva decretada desde 10 de abril, há 45 dias, o empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, Duda Pereira, ex-presidente do Sindicato de Revendedores de Combustíveis do Tocantins (Sindiposto), continua foragido. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de Wenceslau Gomes Leobas, conhecido como Wencim, que também era dono de postos de combustíveis em Porto Nacional e estava abrindo um posto em Palmas.
Ao Portal Gazeta do Cerrado a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou nesta quarta-feira, 24, que a prisão preventiva ainda não foi cumprida e que o caso passou “do processo de investigação para face judicial”.
A fuga
No dia 10 de abril, quando a prisão preventiva foi decretada pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Porto Nacional, Alessando Hofman Mendes, a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), a polícia esteve na residência do acusado em Palmas e o aguardou por duas horas na porta. No entanto, Duda Pereira conseguiu fugir. Segundo declarações dadas à época pelo delegado responsável, o carro do empresário era mais potente que o da Polícia, o que facilitou a fuga.
Para evitar que ele conseguisse sair do país, a Polícia Civil havia informado que todas as autoridades aeroportuárias seriam comunicadas do mandado de prisão preventiva. No entanto, na nota enviada hoje a SSP não confirmou à Gazeta do Cerrado se ele consta na lista da Interpol.
Entenda o caso
Wenceslau Leobas, 77 anos, foi assassinado no dia 28 de janeiro de 2016, quando estava saindo de casa, em Porto Nacional. Os relatos que constam no processo dizem que Alan Sales Borges e José Marcos de Lima, acusados pelo crime, estacionaram um carro de cor prata perto da Câmara Municipal da cidade.
Depois, Alan foi até a casa de Wenceslau e atirou contra ele. Após o crime, ele jogou a arma no chão e correu em direção à Prefeitura da cidade, onde o comparsa José Marcos o esperava dentro do carro. Os dois fugiram em direção a Palmas, mas foram alcançados pela Polícia Militar e presos em flagrante. Este ano, em março, José Marcos de Lima morreu na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas, onde estava preso desde o dia do crime. O outro acusado foi transferido após a morte do comparsa.
O Ministério Público Estadual disse que eles receberiam R$ 350 mil pela morte, sendo que R$ 33 mil já teriam sido pagos. O empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, na época presidente do Sindiposto, foi denunciado como mandante do crime.
Suposta motivação
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), Wenceslau Leobas pretendia abrir um estabelecimento em Palmas. A intenção era praticar os mesmos preços do combustível vendido em Porto Nacional. Segundo a promotoria, estes valores são abaixo do que é praticado na capital.
O órgão disse ainda que Eduardo Pereira teria procurado a vítima para propor um esquema de alinhamento de preços para anular a concorrência e aumentar a margem de lucro, mas o empresário teria rejeitado a proposta. Para os promotores, este foi o motivo que levou Pereira a encomendar a morte de Wenceslau.
Assim que deu início a implantação do posto na capital, na TO-050, entre Palmas e Taquaralto, o empresário passou a receber ameaças, segundo relatos da denúncia. Na época do crime, o estabelecimento tinha licença prévia, licença de instalação e projeto de combate a incêndio aprovado pelos Bombeiros, restando apenas a anuência da Prefeitura de Palmas para o desmembramento da área.
NOTA SSP ao Portal Gazeta do Cerrado
A Secretaria da Segurança Pública, por intermédio da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Nacional esclarece que a prisão de Eduardo Augusto Rodrigues Pereira foi solicitada pelo Ministério Público, mas não foi cumprida, e que o caso passou do processo de investigação para face judicial.
A Polícia Civil informa ainda que está à disposição do Ministério Público e que novas informações serão devidamente divulgadas em momento oportuno.
(Com informações do Portal G1 Tocantins)