Adolescentes do Sistema Socioeducativo do Tocantins obtiveram bom desempenho nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Exame Nacional para Certificação de Jovens e Adultos (Encceja). Cinco deles tiraram boas notas nas provas do Encceja e conseguiram a certificação no ensino fundamental e médio. O resultado positivo é reflexo de projetos que promovem a leitura e práticas de produção textual nas unidades socioeducativas.
Com foco nas provas do Enem e do Encceja, foi desenvolvido no Centro de Atendimento Socioeducativo de Palmas (Case) um projeto para contemplar o ensino de redação, apresentando e debatendo temáticas atuais e as competências cobradas nas provas de redação. “Contamos com a ajuda de alguns parceiros, normalmente pessoas que já trabalham no sistema socioeducativo, com formação em áreas que os alunos têm dificuldades e se voluntariam para ensiná-los e orientá-los”, explicou Meirisvan Miranda Brandão, pedagoga do Case.
Nos Centros de Internação Provisória (Ceip’s) das regiões Norte e Sul, em Araguaína e Gurupi, respectivamente, foram desenvolvidos momentos de ensino sobre a importância das provas, as temáticas tratadas e ofertadas orientações gerais para o alcance de bons resultados nos certames.
De acordo com a assessora técnica do Sistema Socieducativo, Auricélia Maria da Cruz, a prova do Encceja incentiva a diminuição do percentual de defasagem escolar comum aos adolescentes que adentram ao Sistema. “Conforme preceitua a lei do Sistema Nacional de atendimento Socioeducativo (Sinase), os Planos de Atendimento Socioeducativo obrigatoriamente preveem ações articuladas nas áreas de educação, logo é de extrema importância que ofereçamos a estes adolescentes as oportunidades que antes lhes foram negadas”, esclareceu.
Destaques
O adolescente W.F.D., 18 anos, interno no Case, alcançou nota nove (9) na redação do Encceja e bom desempenho nas outras áreas da prova, garantindo a certificação no ensino médio. Já o aluno S.A., de 16 anos, conseguiu uma nota sete (7) e com isso já projeta novos caminhos. “Depois que a gente é internado, fica triste, sem esperança, mas agora me sinto privilegiado, tenho suporte para estudar e posso seguir em frente para conseguir meu sonho de me formar em ciências contábeis”, confessou este.
A perspectiva de um futuro melhor e o sucesso alcançado pelos alunos estimula os voluntários a continuarem com o trabalho que já existe a dois anos. “Sou socioeducador, tenho formação em jornalismo e afinidade com a matéria de língua portuguesa. O voluntariado sempre foi algo presente no meu cotidiano. Em contato com a equipe de analistas do Case falei sobre isso e fui convidado a participar desse projeto de ensino com foco no Enem e Encceja. Os frutos estão começando a serem colhidos”, declarou Marcos Miranda, voluntário que ensina redação aos adolescentes do Case neste projeto.
Enem
Boa parte dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa também faz a prova do Enem como “treineiro”, com o objetivo de conhecer a prova e ter melhor preparo. Já outros, realizam a prova com o foco na disputa de uma vaga na universidade, como o adolescente S.C.F, de 18 anos, interno do Case que tirou a nota 640 no exame e se prepara para potencializar seus resultados e realizar o sonho de cursar medicina.
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