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Maju Cotrim
Os dados dos casos de Covid mostram que as mulheres são as mais infectadas pelo vírus no Tocantins, no entanto os homens são os que mais morrem por complicações da doença.
No Estado, 74,079 mil mulheres se infectaram até agora e 63.049 mil homens com porcentagens de 54,02% contra 45,98%, respectivamente.
Os números de mortes por gênero são: 1.177 homens, 61,56% e 735 mulheres, ou seja, 38,44% dos dados.
A idade que mais se infecta é de 30 a 40 anos com 31.713 mil casos.
Maioria dos óbitos são de pessoas acima de 80 anos, 538 pessoas.
Dados atuais
Hoje, o Tocantins contabiliza 419.883 pessoas notificadas com a Covid-19 e acumula 137.128 casos confirmados. Destes, 115.866 pacientes estão recuperados, 19.350 pacientes seguem em isolamento domiciliar ou hospitalar e 1.912 pacientes foram a óbito.
O que dizem as pesquisas?
*Fonte da pesquisa: Deutsche Welle
Desde o início da pandemia, especula-se por que os homens sofrem mais com a infecção pelo novo coronavírus. Entre os argumentos estão os de que eles supostamente prestam menos atenção à saúde, fumam mais, se alimentam pior. Especialmente a geração mais velha teria um estilo de vida pouco saudável. Além disso, alguns afirmam, os homens geralmente costumam demorar mais para procurar um médico.
Segundo a iniciativa de pesquisa Global Health 50/50, dados de mais de 20 países confirmam que as mulheres são infectadas pelo vírus com a mesma frequência que os homens. Mas é mais provável que os homens contraiam covid-19 e morram da doença. Nos países pesquisados, os homens representam cerca de dois terços das mortes.
Isso certamente também se deve à condições de saúde pré-existentes. Por exemplo, os homens sofrem com muito mais frequência de doenças cardiovasculares, das quais eles também morrem com maior incidência do que as mulheres.
Outro fator decisivo é a estrutura etária: de acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), da Alemanha, pelo menos duas vezes mais homens do que mulheres morreram em todas as idades até a faixa etária de 70 a 79 anos. Somente então a proporção se estabiliza. Depois, ela se inverte novamente, a partir da faixa etária de 90 a 99 anos.
No entanto, é provável que isso se deva ao fato de que existem significativamente mais mulheres muito mais velhas do que homens. Mesmo o instituto alemão é incapaz de citar as razões para essa diferença entre os sexos.
Receptor mais presente nos homens
O receptor da enzima ECA2 pode desempenhar um papel importante, porque serve como uma espécie de porta de entrada para as doenças covid-19, sars e mers, causadas por coronavírus. Os homens também foram mais afetados pela mers, diz Bernhard Zwissler, Diretor do Departamento de Anestesiologia do Hospital da Universidade de Munique (LMU).
De acordo com um estudo do Centro Médico Universitário Groningen, na Holanda, o receptor da ECA2 é encontrado em concentrações mais elevadas nos homens. Os pesquisadores descobriram esta diferença entre os sexos enquanto investigavam uma possível correlação entre o receptor e a insuficiência cardíaca crônica.
De acordo com Zwissler, os pesquisadores estão atualmente investigando se a administração de inibidores da ECA, como drogas anti-hipertensivas, leva ao aumento da formação do receptor da ECA2 nas células, o que as tornaria mais suscetíveis à infecção. Segundo os pesquisadores, isso é certamente concebível, mas ainda nada foi provado.
Em comparação, o sistema imunológico feminino é mais resistente que o dos homens. O hormônio sexual feminino estrogênio é o principal responsável por isso. Ele estimula o sistema imunológico e age mais rapidamente e de forma mais agressiva contra patógenos. A testosterona masculina, por outro lado, inibe as próprias defesas do corpo.
Segundo virologistas, o fato de que o sistema imunológico das mulheres geralmente reage mais rapidamente e de forma mais intensa às infecções virais do que o dos homens também é evidente em outras doenças virais, como influenza ou simples resfriados.
Por outro lado, as mulheres sofrem mais frequentemente de doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico reage em excesso e ataca suas próprias células – uma possível complicação também com a covid-19.
De acordo com o virologista molecular Thomas Pietschmann, há também “razões genéticas” que favorecem as mulheres. Ele explica que alguns genes relevantes para a imunidade, como por exemplo, genes responsáveis pelo reconhecimento de patógenos, são codificados no cromossomo X. E como as mulheres têm dois cromossomos X, e os homens, apenas um, as mulheres têm vantagens.