Kátia Abreu, ex-ministra da Agricultura e ex-presidente da CNA, alertou que o combate à pobreza no campo não é uma questão apenas de distribuição de renda. Para a parlamentar, o primeiro passo é a regularização fundiária. “A pr opriedade rural é, muitas vezes, o único bem daquela pessoa. A partir da regularização, ela adquire condições de contratar crédito. Nenhum país se desenvolve sem o reconhecimento do direito de propriedade”, disse.
O professor da Universidade Federal do Tocantins, Fernando Sérgio Toledo de Fonseca, destacou que 54,7 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, equivalente a 25,7% da população brasileira, segundo o IBGE. As regiões Norte e Nordeste têm 43,1% e 44,8% da população vivendo com menos de R$ 406,00 mensais.
“Apenas no Tocantins 32,7% vivem com PIB domiciliar inferior a R$ 400,00. O foco dessas pessoas está na busca de alimentos e dinheiro para sua subsistência, deixando em segundo plano educação e saúde preventiva. Isso impacta nas políticas públicas, p orque as famílias não conseguem entender qual vai ser o benefício a longo prazo”, explicou.
“Havia um consenso equivocado que Bolsa Família era a resposta à pobreza. A ausência de renda é uma expressão da pobreza, mas não é a única. A gente perdeu muito tempo no Brasil discutindo que transferência de renda resolveria o problema da pobreza. Não resolveu”.