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BARRA DA AROEIRA: História do herói Félix José e apelo de líderes quilombolas marcam entrega de títulos

Da Barra da Aroeira- Maju Cotrim

O soldado Félix Jose Rodrigues lutou na guerra, venceu e foi o desbravador do Quilombo Barra da Aroeira.

Coube a Victor Dias ler a biografia Do herói fundador que lutou pela comunidade. Aos 16 anos ele vestia roupa usada pelo herói na época.

“O herói se voluntariou para o exército na guerra do Paraguai até 1870, ele era matado o ditador Solano Lopes”. Com o fim da Guerra e vitória do Brasil ele foi chamado por Dom Pedro II e escolheu receber em troca a terra onde hoje e a comunidade.

Félix conseguiu a terra mas não conseguiu ver a terra regularizada. O evento foi marcado por agradecimentos e apelos das líderes da comunidade.

A presidente da Associação Barra da Aroeira, Maria de Fátima falou em nome da comunidade. Emocionada, ela disse que e grata por tanta luta. “Quero agradecer a presença de todos em nome da comunidade”,

“Parte deste nosso sonho foi realizado hoje, quero agradecer o governador e todos os secretários, queremos expressar a alegria da comunidade por estarmos aqui para receber documento”, comentou.

Ela citou ainda o apoio do governo na Pandemia através de cestas básicas. “A partir de agora podemos acreditar que vai melhorar ainda mais nossa condição”, disse ao pedir apoio dos políticos presentes para a geração de emprego e renda para os jovens.

“Queremos muito seu apoio para nos dar não só o peixe, queremos o anzol para pescarmos também”, pediu ao governador Mauro Carlesse.

Outra demanda que ela citou: a falta de água tratada para a comunidade e a necessidade de um projeto de combate á pobreza. Ela entregou nas mãos do governador o pedido de um recurso de R$ 3,5 milhões para beneficiar a comunidade e incentivo á agricultura familiar.

A fundadora da comunidade, Dona Isabel Rodrigues também “quando eu ouvia no meu radinho lá em casa o senhor entregando título em outra comunidades eu chorava e pedia a Deus para o senhor vir entregar aqui também”, disse.

“Antes a gente imaginava e não podíamos
fazer nada porque não tínhamos o documento e hoje vamos poder fazer… a luta foi difícil e vencemos”, lembrou.

“A bala que estamos recebendo hoje é o título na nossa mao, não temos que pensar em coisas ruins, Deus deixa acontecer as coisas certas”, comentou.

“Governador olhe para nossos jovens, olhe para nossa comunidade, vamos acolher esses jovens para que ele não vive igual eu vivi, sem estudo ”, pediu.

Ela contou que foi estudar quando já era adulta por falta de oportunidade. “Fui muito criticada no colégio mas graças a Deus os professores me acolheram”, lembrou.

“Preconceito doi, preconceito mata”, disse.

OAB

Representando a OAB, o presidente da Comissão de Igualdade Racial e que é da comunidade , Domingos Rodrigues afirmou: “a partir de hoje posso dizer: essa terra é nossa”.

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