Maju Cotrim

A polêmica nacional do momento é o clima acirrado entre maioria dos governadores do país e o presidente Jair Bolsonaro por causa das discussões sobre ICMS nos combustíveis.

Esta semana 24 das 27 unidades da Federação se manifestaram contra a redução de ICMS, tributo de responsabilidade dos governadores, sobre os combustíveis e pediram que o presidente Jair Bolsonaro convide os governadores para um encontro sobre o assunto.

O presidente Bolsonaro declarou que apesar da três reduções consecutivas nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, os preços dos combustíveis nos postos não diminuíram. Segundo ele, isso acontece porque os Estados cobram o ICMS calculado sobre os preços médios das bombas. Bolsonaro sugeriu nas mensagens a mudança da legislação para cobrar um ICMS fixo por litro.

Os Estados alegam, por sua vez, ainda que o governo federal controla os preços nas refinarias e obtém dividendos com sua participação indireta no mercado de petróleo. Por isso, seria necessário que a União explique e reveja a política de preços praticada pela Petrobras.

No Tocantins, 40% da arrecadação própria do Estado advém do ICMS dos combustíveis. O governador Mauro Carlesse, conforme a Gazeta apurou, preza pela cautela sobre esse assunto em razão do impacto desta receita para o Estado. Ele não fez nenhuma declaração pública sobre o assunto. “Criar um clima ruim não ajuda neste momento”, afirmou uma fonte do Palácio ouvida por nosso veículo.

Carlesse não assinou a carta dos governadores que foi uma forte resposta política não somente à questão dos combustíveis, mas também cobrando uma atitude responsável da presidência para o debate sobre impostos e forçando o governo federal a se comprometer com a reforma tributária.