As cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Campinas estão entre 45 de seis continentes, onde vivem 164,9 milhões de habitantes, que se comprometeram a conservar e restaurar suas florestas, além de conscientizar os moradores sobre os benefícios das árvores. As ações integram a iniciativa Cities4Forests, lançada nesta quinta-feira (13) na Cúpula Mundial de Ação Climática, em São Francisco, estado da Califórnia, nos Estados Unidos.

“A maioria das pessoas desconhece que as cidades têm impactos invisíveis em florestas distantes de onde vivem. As commodities que consumimos – madeira, papel, óleo de palma, carne bovina, soja – podem ser responsáveis pela destruição de florestas. E os benefícios que as florestas proporcionam às cidades também são subvalorizados”, explicou Frances Seymour, membro sênior do WRI.

Gerenciada pelo World Resources Institute (WRI, uma instituição de pesquisa internacional), pelo Pilot Projects e pela agência Resolve, a Cities4Forests funcionará em três níveis: florestas internas, próximas e distantes.

As chamadas florestas internas são formadas por árvores dentro das cidades, aquelas localizadas em parques e avenidas e ajudam a filtrar o ar, moderar a temperaturas e reduzir as contas de energia. As árvores nas bacias hidrográficas ao redor das cidades são as florestas próximas, que protegem contra inundações e deslizamentos de terra, reduzem os custos de tratamento de água e dão aos habitantes um escape da vida urbana agitada.

Árvores em florestas distantes, particularmente nas regiões de trópico, como no caso das cidades que ficam no Brasil, sequestram carbono, ajudando a combater a mudança climática, além de gerar chuva para os cinturões agrícolas do mundo e abrigar a maior parte da biodiversidade terrestre do mundo.

“Quanto mais aprendemos sobre como as árvores interagem com a atmosfera, mais percebemos como as florestas influenciam o clima em escala local e global. As florestas são uma importante fonte de resiliência climática e estabilidade para as pessoas, não importa onde vivamos”, disse Seymour.

Metas

Ao integrar o programa, as cidades se beneficiam com assistência técnica para medir a cobertura florestal e para dar prioridade onde plantar árvores para o máximo benefício da população, além de consultoria sobre procura de financiamento para proteger bacias hidrográficas ou restaurar áreas degradadas.

Em contrapartida, as cidades devem reduzir o desmatamento, restaurar florestas e ajudar a gerenciar florestas dentro e fora de seus limites. As cidades devem ainda aproveitar o poder das florestas para ajudar a atingir as metas climáticas de seus países, para garantir fontes de água limpas e estáveis, para reduzir o escoamento das águas pluviais, para melhorar a saúde pública e proporcionar recreação.

Para cumprir as metas, as cidades deverão implementar novas ferramentas de preservação, políticas locais, programas voluntários, investimentos e decisões de aquisições públicas. Como farão parte de uma rede global, haverá compartilhamento de percepções, experiências e inovações.

Também fazem parte do grupo Addis Abeba (capital da Etiópia), Amã (capital da Jordânia), Auckland (Nova Zelândia), Jacarta (capital da Indonésia), Joanesburgo (África do Sul), Cidade do México (capital do México), Oslo (capital da Noruega) e Toronto (Canadá).

Fonte: Agência Brasil