A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) promoveu nesta segunda-feira (02), em Palmas, importante debate sobre adoção tardia. Representantes de diversas instituições e entidades participaram da discussão que trouxe à tona a gravidade do tema. Hoje, no Brasil, mais de 9 mil crianças e adolescentes aguardam na fila da adoção. Mais de 70% têm entre 6 e 17 anos. Ao mesmo tempo, o número de pessoas dispostas a adotar ultrapassa os 46 mil.

A senadora Kátia Abreu lembrou que mais de 8 mil crianças estão fora da faixa etária desejada (ou seja, 90%) e apenas 3% querem jovens com mais de 3 anos.

“Precisamos ter uma reflexão mais profunda sobre esse tema. Temos um número muito grande de pretendentes, mas querem crianças menores. Será que a burocracia que está impedindo que crianças sejam adotadas a tempo? O que deve mudar na nossa legislação”, questionou. Kátia lembrou também que algumas pessoas deixam de adotar crianças mais velhas por medo de que elas não consigam absorver os hábitos da família. “Mas na verdade nem com os filhos biológicos temos como controlar”, alertou.

Em uma das partes mais emocionantes do debate, a jornalista Roberta Tum e a servidora pública Olgarene Mendes dividiram a experiência de serem mães de filhos adotivos. Ambas criticaram a burocracia, que na maioria das vezes prejudica as crianças.

“Temos muita criança querendo ser adotada, muita gente querendo adotar, mas quando junta as duas filas a coisa não anda. É sofrido demais. Essas crianças não merecem esperar tanto tempo”, desabafou Roberta.

A discussão foi dividida em três painéis: o ordenamento brasileiro e as adoções tardias; a adoção tardia na justiça brasileira: velhos e novos desafios; Caminhos para efetivar o direito a família de crianças e adolescentes. Ao final do debate foi formado o Grupo de sobre adoção Tardia, que conta com membros de diferentes órgãos interessados em encontrar solução para esse grave problema.

Participaram do evento a deputada estadual Amália Santana, o defensor público Geral do Tocantins, Fábio Monteiro, o promotor de justiça Sidney Fiori Júnior; a juíza da 3ª Vara Cível de Porto Nacional, Hélvia Túlia Sandes Pereira, a defensora pública da 2ª Defensoria da Família, Infância e Juventude de Porto Nacional, Elisa Maria de Souza Falcão Queiroz.

fonte: assessoria