Foto Divulgação/Ascom

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Para superar o déficit hídrico de 250 milímetros na zona rural de Palmas, que provocou a seca de lençóis freáticos, são necessários pelo menos 700 milímetros de chuvas para garantir às comunidades rurais e assentamentos retorno da estabilidade hídrica, segundo informou o municipal de Desenvolvimento Rural, Roberto Sahium.

 

“Para essa quantidade de água ser restabelecida espera-se o retorno das chuvas agora em outubro e que até dezembro se supere essa situação crítica. Por isso, vamos trabalhar até dezembro com caminhões-pipa para garantir estabilidade necessária para essas comunidades”, explicou o secretário.

 

A ajuda com caminhões-pipa para abastecimento de comunidades rurais da Capital já está sendo oferecida e faz parte das ações de intervenção autorizadas pelo Decreto Municipal nº 1.466/2017, publicado em 28 de setembro deste ano, estabelecendo situação emergencial por 120 dias para garantir assistência a famílias impactadas pelo problema.

 

Reuniões com produtores rurais

 

O assunto foi tema de reunião do secretário Sahium com presidentes de associações de produtores rurais e Defesa Civil Municipal nesta terça-feira, 3, quando foi discutida a execução de soluções para os reflexos da estiagem na zona rural de Palmas. O encontro aconteceu na sede da Federação das Associações e entidades Rurais do Tocantins (Faerto), na Feira Coberta da Quadra 304 Sul.

 

Entre as intervenções previstas para busca de soluções perenes para o problema que afeta cerca de 370 famílias de assentamentos estão barraginhas que, após construídas, garantirão a armazenagem de água para o próximo período de estiagem. “Faremos na próxima sexta-feira, 6, visitas junto com técnicos do meio ambiente e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para avaliar onde será possível erguer as barrraginhas e qual o impacto da obra”, explicou Sahium.

 

Assentamentos atingidos pela seca

 

Entre os assentamentos atingidos pelo problema estão os projetos de assentamento Sítio, onde vivem 35 famílias, Veredão e Três Penas, com 80 famílias, Entre Rios, com 205 famílias, e comunidades rurais antigas, algumas até anteriores à criação de Palmas, como São Silvestre, Ponta da Serra, Macacão e Macaquinho, que concentram cerca de 50 famílias. O secretário Sahium lembrou que todas essas comunidades impactadas pela seca são dedicadas à agricultura familiar e em parte responsáveis pelo abastecimento de Palmas. Elas produzem arroz milho, feijão, mandioca, leite, melancia, abóbora e criam gado de corte.

 

Atualmente as comunidades rurais impactadas pela estiagem na Capital estão com córregos e cisternas secas em razão da estiagem prolongada e severa que baixou bruscamente o corpo hídrico da região. Apesar de o problema ter sido percebido anteriormente, a informação foi comunicada pelas comunidades ao Município somente em agosto, o que motivou o pedido de ajuda da Defesa Civil Municipal para levantar a situação da comunidade. “Solicitamos à Defesa Civil que fizesse um levantamento e relatasse a situação das comunidades, principalmente na região da Buritirana para que fosse possível tomar alguma providência que amenizasse a falta de água para a população daqueles locais”, explicou Sahium, acrescentando que o relatório levou em consideração dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto Nacional Meteorologia (Inmet), que apontaram  atraso no início do período chuvoso, o que tornou fundamental a publicação do decreto emergencial válido por 120 dias.

 

Segundo o superintendente da Defesa Civil Municipal, Iranilto Sales, a intenção do decreto é “garantir abastecimento de água a essas comunidades que estão sofrendo com a seca de córregos e a baixa de lençóis freáticos que abastecem cisternas destes pontos. Esse problema não foi identificado na zona urbana, apenas na zona rural”. Ainda segundo o superintendente, outras medidas também serão definidas com a formação de comitê que estudará diferentes estratégias de ajuda às localidades impactadas pela Defesa Civil Municipal, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, a Fundação de Meio Ambiente e outros parceiros.

 

Programa do Calcário

 

Na reunião de terça-feira, 3, outro ponto apresentado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) e deliberado com as associações foi o Programa do Calcário, que tem atividades previstas para começar na próxima semana. Através de sorteio ficou definida a ordem de atendimento das comunidades, sendo o Assentamento Mariana, na região São João, a primeira a ser contemplada, em razão de suas terras serem mais baixas, podendo seu atendimento ser prejudicado pelas chuvas. Na sequência, as regiões atendidas serão Taquaruçu Grande, São Silvestre, São João, Jaú e Buritirana.