Os mais atentos já notaram que os avatares de figuras públicas como Bruna Marquezine, Gisele Bündchen, Naomi Campbell e Trevor Noah, ostentam uma imagem azul.

Mais que uma corrente de solidariedade, o símbolo chama a atenção do resto do mundo para a crise humanitária vivida pelo Sudão. O país africano localizado no litoral do Mar Vermelho atravessa cenário de violência sem precedentes, inclusive com registros de centenas de pessoas executadas pela junta militar.

Há dados de mais de 500 mulheres sudanesas vítimas de algum tipo de violência sexual. A crise teve início em 2018, quando o presidente, que dizer, ditador Omar al-Bashir, no poder há mais de 30 anos, sugeriu a aplicação de medidas de austeridade para salvar a economia do país.

O reflexo no fornecimento de alimentos e combustíveis provocou o início de manifestações exigindo a saída do mandatário. Bashir acabou deposto pelos militares, que embora tenham instaurado um conselho para negociar com os manifestantes, insistiram na violência.

Em 3 de junho, o exército sudanês executou dezenas de pessoas em um genocídio simbolizado pela morte de Mohammed Mattar. O estudante morreu tentando proteger duas mulheres em uma sede militar. Se tornou um ícone de resistência.

#BlueForSudan

A trajetória de Mohammed provocou na criação da hashtag #BlueForSudan (Azul pelo Sudão). 

“Para entender o que acontece no Sudão, é preciso voltar 30 anos, quando o país ganhou algo que acaba com a liberdade: um ditador”, disse Trevor Noah.

Além da segurança pessoal ameaçada, defensores de um regime democrático justo tiveram o acesso à internet cortado. Eles temem que a comissão de militares do exército aproveite o rompimento para tomar o poder e iniciar outra ditadura.

O Sudão vive um regime ditatorial de 30 anos

Por isso, insistem em um período de transição de três anos para, segundo eles, garantir a realização de eleições transparentes. Awad Mohamed Ahmed Ibn Auf, ministro da Defesa, informou que um conselho militar, que está no comando do país, estabeleceu prazo de dois anos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) destaca que cerca de 300 mil pessoas foram mortas desde 2003 em Darfur. Auf informa que o ditador está preso na residência presidencial em Cartum.

Maior país do continente africano e com população de 41 milhões de pessoas, o Sudão é uma das 25 nações mais pobres do mundo.

fonte: Hypeness