Foto Montagem – Gazeta do Cerrado
Lucas Eurilio
A pandemia tem afetado todos os trabalhadores brasileiros – formais e informações – de uma forma muito cruel. Muitos encontram-se à margem e precisam se virar, ter o maior jogo de cintura para poder superar as dificuldades causadas pela crise sanitária mundial.
O Coronavírus veio, se alastrou, destruiu vidas – segue destruindo – e parece estar longe dar uma trégua, por isso, é necessário manter o isolamento social – FIQUE EM CASA SE PUDER – e seguir todas as regras para que a curva de contaminação, internação e mortes pare de subir.
Na capital mais nova do Brasil, em Palmas, entregadores precisam se desdobrar para conseguir dar conta de uma alta demanda. São vários quilômetros percorridos todos os dias para levar alimentos e encomendas para os palmenses, além disso, ainda precisam lutar para sobreviver em meio ao caos. O cansaço é inevitável!
Nossa equipe conversou nesta quarta-feira, 31, com um grupo de entregadores que trabalha dia e noite. Eles desabafaram sobre o trabalho, situação da pandemia e vacinação.
Aline Meneses trabalha como entregadora de delivery e motogirl. em seu desabafo, ela conta que estão acostumados a ficar sobrecarregado.
“Quando comecei a trabalhar estava no auge da pandemia e até hoje é sempre uma correria. Estamos sobrecarregados porque é um período de entregas muito longo. A gente entra no horário, acaba saindo um pouco mais tarde, então, quanto mais entregas fizer, melhor é. A gente acaba acostumando a ficar sobrecarregado e cada entrega é uma desafio. Sempre com álcool gel na mão, nas bags – espécie mochila para fazer entregas – nas maquininhas, e quando o cliente aceita, jogamos álcool também nas mãos dele”, disse.
Ao ser questionada se sofreu algum preconceito quando começou a trabalhar, Aline diz que não e que se orgulha de ter sido a primeira do aplicativo para o qual trabalha.
“Não sofri preconceito. Todos os meninos me receberam de braços abertos, todos me respeitam. E hoje é legal, porque nesse aplicativo que trabalho, quando entrei era apenas eu e hoje, tem muitas meninas. É muito bacana ter outras meninas ocupando lugares que pela sociedade, seria ocupados por homens”, ressaltou.
O entregador Pablo Henrique ressaltou os cuidados com a higienização e disse que em casa, a situação financeira deu uma melhorada.
“Os cuidados com a covid-19 estão assim, álcool o tempo todo, cada atendimento que é feito a higienização da máquina, pergunto se o cliente quer passar álcool nas mãos, atendimento de máscara o tempo todo. O trabalho aumentou. Devido ao lockdown os estabelecimentos não podem ter atendimento físico e isso fez com que esses clientes começassem a pedir no aplicativo,aumentando o nosso trabalho, que por sinal é muito bom. Tem sido cansativo ,mas, dá pra ter um descanso bom. A empresa é bem flexível enquanto ao descanso dos funcionários. Em casa os mesmos cuidados que temos nas ruas ,chega em casa álcool nas mãos,roupas direto na máquina, financeiramente deu uma melhorada”.desabafou.
Pablo comentou sobre a vacina e disse que é preciso ter esperança.
“No momento só estão sendo vacinados os idosos , pessoal da linha de frente da saúde,quem sabe aí pelos próximos anos a gente tenha uma esperança”.
Por último falamos com José Filho. O entregador também relatou cansaço.
“Estamos muito sobrecarregados, aumentou o número de entregas. A gente tá ‘meio’ que na linha de frente também, porque temos contato direto com cliente. Aumentaram as entregas, mas o risco de se contaminar é alto, então a gente procura ao máximo se precaver”.
Pandemia no Tocantins
Os dados da Pandemia no Estado são assustadores. Conforme o boletim estadual divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-TO), nesta quarta-feira, o Tocantins registrou mais 996 novos casos de Covid-19.
Na triste estatística, 2.032 tocantinenses perderam a vida por consequência da complicações da doença. Só em março – mês mais letal da pandemia no TO – foram 500 óbitos.
O Estado acumula 140.975 casos, 121.515 recuperados e 17.428 casos ativos, ou seja, em isolamento. O índice de internações segue alto e hoje 532 pacientes estão hospitalizados.
No total, são 106 pessoas na fila de espera para conseguir um leito clínico ou de UTI Covid.