Maria José Cotrim e Lucas Eurilio/ Gazeta do Cerrado

A líder religiosa do Norte do Tocantins, Dona Juscelina foi alvo de intolerância religiosa através das redes sociais por causa da visita do candidato a governador, Vicentinho Alves.

Vídeos de adversários atribuíram a ida dele ao pedido de uma ajuda espiritual para tentar ganhar as eleições dando uma conotação de preconceito com relação à religião dela que é negra.

a presidente da Federação de Casas de Culto Matriz Africana do Tocantins (Feccamto), Iyalorisa Ifalorè Efuntolá – Roberta de Osoguiã, chegou a repudiar a repercussão do episódio e lamentou o preconceito com relação à atividade religiosa de Dona Juscelina.

“Ela foi vítima de preconceito de cor, racismo. Como ela é uma senhora negra, a casa dela tem um altar, imediatamente, o vereador de Porto Nacional, taxou dona Juscelina como macumbeira e para atingir o candidato, disse que ele estaria ali atrás de um despacho pra ganhar a eleição. Daí você vê aí um misto de ignorância e má fé”, afirmou ao Gazeta do Cerrado.

Ainda de acordo com a Feccamto, o ato racista cometido não apenas pelo vereador, mas também por algumas páginas no Facebook, é de uma enorme desonestidade intelectual.

Uma página no Facebook também fez cometários racistas – Reprodução Facebook

“Nesse caso quanto eles falam macumba e despacho, fazem referências negativas às religiões de matrizes africanas. Pessoas que não sabem o que é macumba nem despacho. Isso demonstra uma rejeição na comunidade em geral contra as religiões afro. E taxam essa senhora pela cor da pele dela, pela descendência dela, como macumbeira, ou seja, alguém que estaria de serviço para fazer um trabalho qualquer para que o candidato ganhe as eleições. Isso é de uma desonestidade intelectual enorme”.

Em um vídeo sobre o episódio, a líder religiosa deixou claro seu histórico como ex-quebradeira e parteira. “Recebo qualquer um”, disse ao reafirmar que sua casa é aberta para todos.

Ela frisou ainda que tem respeito de toda a comunidade na qual ela vive.

Nossa equipe entrou em contato com a administração da página Eu Amo o Tocantins, para que pudessem se posicionar sobre o episódio, mas até o fechamento desta matéria, obtivemos retorno.