O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou alta de 0,1% no 3º trimestre em relação ao anterior, informou nesta sexta-feira (01) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número é considerado pelo órgão como “estabilidade” e veio abaixo da expectativa do mercado, que era de crescimento na faixa entre 0,2% e 0,3%.
O Ibre/FGV projetava 0,1%, mas instituições como a MB Associados e o Goldman Sachs esperavam 0,4%.
O crescimento no 1º trimestre foi revisado de 1% para 1,3% e o crescimento no 2º trimestre foi revisado de 0,2% para 0,7%.
“Pode ficar a impressão de que os números vieram ruins, mas eles vieram melhores que o esperado. O primeiro semestre ficou mais vistoso, então o terceiro trimestre na margem ficou um pouco pior. Quando há revisões fortes acaba causando um pouco de divergência”, diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, o crescimento da economia brasileira no 3º trimestre foi de 1,4%, a segunda alta consecutiva nesta base de comparação.
No acumulado de 2017 até o mês de setembro, o PIB cresceu 0,6%, em relação ao mesmo período de 2016.
Trimestre a trimestre
A agropecuária caiu 3% na comparação trimestre a trimestre, enquanto a indústria cresceu 0,8% e os serviços cresceram 0,6%.
A boa notícia foi o crescimento de 1,6% nos investimentos, a primeira alta nessa medida após 15 trimestres consecutivos de números negativos ou estáveis.
A taxa de investimento ficou em 16,1% do PIB, ainda abaixo dos 16,3% registrados no mesmo ponto do ano passado.
Comparação anual
O consumo do governo caiu 0,2% em relação ao trimestre anterior e 0,6% na comparação anual. Na outra direção, o consumo das famílias subiu 1,2% na comparação trimestral e 2,2% na anual.
O IBGE avalia que houve impacto positivo de fatores como “a desaceleração da inflação, a redução da taxa básica de juros e o crescimento, em termos reais, da massa salarial.”
A indústria teve alta de 0,4% na comparação anual, com destaque positivo para os 2,4% de crescimento na indústria de transformação e negativo para a queda de 4,7% na construção civil.
Apesar da queda trimestral, a agropecuária teve alta de 9,1% em relação ao mesmo período de 2016.
Isto pode ser atribuído ao “desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida em relação à área plantada”, segundo o IBGE.
Período de comparação | PIB |
---|---|
3º Tri 2017 / 2º tri 2017 | 0,1% |
3º Tri 2017 / 3º Tri 2016 | 1,4% |
Acumul. 4 tri / Acumul. 4 tri anteriores | -0,2% |
Valores correntes no trimestre (R$ bilhões) | 1.641 |
Período de comparação | Agropec. | Indústria | Serviços |
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3º Tri 2017 / 2º tri 2017 | -3% | 0,8% | 0,6% |
3º Tri 2017 / 3º Tri 2016 | 9,1% | 0,4% | 1,0% |
Acumul. 4 tri / Acumul. 4 tri anteriores | 11,6% | -1,4% | -0,8% |
Valores correntes no trimestre (R$ bilhões) | 70,3 | 314,6 | 1.030,7 |
Período de comparação | Investimento | Cons. Fam. | Cons. Gov. |
---|---|---|---|
3º Tri 2017 / 2º tri 2017 | 1,6% | 1,2% | -0,2% |
3º Tri 2017 / 3º Tri 2016 | -0,5% | 2,2% | -0,6% |
Acumul. 4 tri / Acumul. 4 tri anteriores | -4,2% | -0,5% | -0,4% |
Valores correntes no trimestre (R$ bilhões) | 263,9 | 1.048,0 | 311,9 |
Fonte: Exame.com