Por João Pedro Caleiro

(Nelson_A_Ishikawa/Thinkstock)

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou alta de 0,1% no 3º trimestre em relação ao anterior, informou nesta sexta-feira (01) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número é considerado pelo órgão como “estabilidade” e veio abaixo da expectativa do mercado, que era de crescimento na faixa entre 0,2% e 0,3%.

O Ibre/FGV projetava 0,1%, mas instituições como a MB Associados e o Goldman Sachs esperavam 0,4%.

Mas apesar da alta ser mais fraca, ocorreu sobre uma base maior, já que o IBGE revisou para cima o crescimento do PIB do primeiro e segundo trimestres.

O crescimento no 1º trimestre foi revisado de 1% para 1,3% e o crescimento no 2º trimestre foi revisado de 0,2% para 0,7%.

“Pode ficar a impressão de que os números vieram ruins, mas eles vieram melhores que o esperado. O primeiro semestre ficou mais vistoso, então o terceiro trimestre na margem ficou um pouco pior. Quando há revisões fortes acaba causando um pouco de divergência”, diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, o crescimento da economia brasileira no 3º trimestre foi de 1,4%, a segunda alta consecutiva nesta base de comparação.

No acumulado de 2017 até o mês de setembro, o PIB cresceu 0,6%, em relação ao mesmo período de 2016.

Trimestre a trimestre

A agropecuária caiu 3% na comparação trimestre a trimestre, enquanto a indústria cresceu 0,8% e os serviços cresceram 0,6%.

A boa notícia foi o crescimento de 1,6% nos investimentos, a primeira alta nessa medida após 15 trimestres consecutivos de números negativos ou estáveis.

A taxa de investimento ficou em 16,1% do PIB, ainda abaixo dos 16,3% registrados no mesmo ponto do ano passado.

Comparação anual

O consumo do governo caiu 0,2% em relação ao trimestre anterior e 0,6% na comparação anual. Na outra direção, o consumo das famílias subiu 1,2% na comparação trimestral e 2,2% na anual.

O IBGE avalia que houve impacto positivo de fatores como “a desaceleração da inflação, a redução da taxa básica de juros e o crescimento, em termos reais, da massa salarial.”

A indústria teve alta de 0,4% na comparação anual, com destaque positivo para os 2,4% de crescimento na indústria de transformação e negativo para a queda de 4,7% na construção civil.

Apesar da queda trimestral, a agropecuária teve alta de 9,1% em relação ao mesmo período de 2016.

Isto pode ser atribuído ao “desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida em relação à área plantada”, segundo o IBGE.

Período de comparação PIB
3º Tri 2017 / 2º tri 2017 0,1%
3º Tri 2017 / 3º Tri 2016 1,4%
Acumul. 4 tri / Acumul. 4 tri anteriores -0,2%
Valores correntes no trimestre (R$ bilhões) 1.641

 

Período de comparação Agropec. Indústria Serviços
3º Tri 2017 / 2º tri 2017 -3% 0,8% 0,6%
3º Tri 2017 / 3º Tri 2016 9,1% 0,4% 1,0%
Acumul. 4 tri / Acumul. 4 tri anteriores 11,6% -1,4% -0,8%
Valores correntes no trimestre (R$ bilhões) 70,3 314,6 1.030,7

 

Período de comparação Investimento Cons. Fam. Cons. Gov.
3º Tri 2017 / 2º tri 2017 1,6% 1,2% -0,2%
3º Tri 2017 / 3º Tri 2016 -0,5% 2,2% -0,6%
Acumul. 4 tri / Acumul. 4 tri anteriores -4,2% -0,5% -0,4%
Valores correntes no trimestre (R$ bilhões) 263,9 1.048,0 311,9

 

Fonte: Exame.com