A Câmara dos Deputados e o Senado se preparam para a eleição desta quarta-feira (1º) que vai definir, por meio de votação secreta, a composição da nova Mesa Diretora, responsável pelas funções administrativas no Parlamento.

Os principais cargos em disputa são os de presidente da Câmara e do Senado, que irão ditar os trabalhos nas duas Casas pelos próximos dois anos.

Favoritos na disputa, estão os atuais presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ambos articulam alianças partidárias, que envolvem a distribuição de funções na Mesa e dos comandos das comissões temáticas no Congresso.

Há, também, uma articulação em conjunto envolvendo as duas Casas. Parlamentares afirmam que o PL abriu mão de cargos de relevância na Câmara, como a 1ª vice-presidência, para conquistar apoio no Senado em favor de Rogério Marinho (PL-RN), principal adversário de Pacheco.

Apesar de seguirem movimentos semelhantes de acordos e articulações, as duas Casas têm regras diferentes para a eleição. Entenda abaixo como funciona cada uma.

Quem são os candidatos à presidência?

 

Câmara

Até agora, apenas dois candidatos anunciaram oficialmente suas candidaturas:

  • Arthur Lira (PP-AL)

 

Atual presidente da Câmara, Arthur Lira busca a reeleição. Nascido em Maceió (AL), tem 53 anos, é empresário, advogado e agropecuarista.

Nos dois anos de mandato como presidente da Casa, se mostrou um aliado de Jair Bolsonaro e fez campanha para o ex-presidente durante as eleições. Foi, no entanto, o primeiro chefe de Poder a reconhecer o resultado das urnas, que consagraram a vitória de Lula como presidente da República.

É também um dos principais nomes do Centrão e um dos articuladores e defensores das emendas de relator, que ficaram conhecidas como orçamento secreto pela falta de transparência e disparidade na distribuição entre os parlamentares. Esses recursos foram declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.

  • Chico Alencar (PSOL-RJ)

 

Chico Alencar foi eleito vereador pelo Rio de Janeiro em 2020, cargo que deixará para ocupar seu quinto mandato como deputado federal a partir de 2023. Sua candidatura é uma tentativa do PSOL de marcar posição em contraponto a Lira.

Segundo Alencar, um “Lira empoderado, com quase 500 votos, representaria um Centrão fortalecido como nunca, e uma chantagem permanente sobre Lula”.

Natural do Rio de Janeiro, Chico tem 73 anos, é professor de história, mestre e doutorando em educação. O parlamentar já concorreu à presidência da Câmara dos Deputados em 2011, 2013 e 2015. Antes do PSOL, era filiado ao PT.