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Em um país tropical como o Brasil, é comum ouvir as pessoas dizerem que a melhor estação do ano é o verão. Porém, principalmente de janeiro a março, fortes temporais atingem grande parte do país e deixam várias cidades cobertas pela água. Essas enchentes causam prejuízos a milhares de motoristas.
Nestes três primeiros meses do ano, as seguradoras trabalham como nunca para cobrir os danos causados pelas enchentes. Mas há muitas condições para que o reembolso seja efetuado, mesmo que o proprietário tenha seguro.
Quais as condições para o seguro cobrir?
Genildo Dantas, gerente de inteligência de dados da TEx – empresa de tecnologia voltada para soluções de corretoras e seguradoras -, ressalta que as empresas costumam rejeitar a cobertura quando o segurado se arrisca.
“A seguradora pode recusar o sinistro se o veículo estava em um local seguro e tentou atravessar uma área já alagada”, afirma. Nesse caso, para avaliar o nível do perigo, veja onde a água atinge o carro. Se o limite ultrapassar a metade da roda, desista. O risco de ficar no caminho aumenta bastante.
Atravessar água com o volume que ultrapasse a metade da roda é arriscado (Foto: Lovro Rumiha)
É claro que, em muitos casos, mesmo que o motorista esteja parado, a água pode atingir um alto nível e cobrir o carro. O recomendado é abandoná-lo no local ou, caso não seja possível, subir no teto do veículo e acionar a seguradora o mais rápido possível.
De qualquer forma, as empresas fazem investigações para avaliar se o segurado se submeteu ao risco ou se ficou sem saída e precisou abandonar o carro.
Outro ponto levantado pelo executivo é em relação ao custo para recuperar o veículo e o valor da franquia. “Para um Chevrolet Onix zero-quilômetro, por exemplo, o valor médio da franquia é de R$ 3.300. Portanto, só é possível acionar a seguradora se o gasto para recuperá-lo for superior a esse valor”, revela.
Em São Paulo, muitos temporais alagam parte das cidades no verão (Foto: Getty Images)
Dependendo da seguradora e da apólice contratada, a empresa pode oferecer a limpeza do veículo cujo valor de recuperação seja menor que o da franquia. “A limpeza é cara e precisa ser realizada por uma empresa especializada, uma vez que é preciso desmontar, limpar, secar e montar várias partes do carro”, explica Genildo.
Mas fique atento: quando os danos são causados por água salgada, ou seja, aqueles que são ocasionados pelo aumento do nível do mar ou por ondas, não há seguro que faça a cobertura.
Muitas ruas com bueiros entupidos costumam alagar (Foto: SECOM Bahia)
Se o motorista estiver com o carro na areia e a maré subir rapidamente, ou mesmo para carros estacionados em ruas próximas à praia, por exemplo, as avarias não estão inclusas na apólice.
Que tipo de seguro cobre enchente?
Depende do tipo de cobertura que você contratou. Todos os seguros com cobertura compreensiva incluem proteção contra fenômenos naturais (ventos fortes, enchentes, chuva de granizo, queda de objetos no carro, deslizamento de terra, incêndio e raios).
“É muito importante que o cliente e o corretor avaliem os riscos das chuvas, principalmente se o cliente trafega ou mora próximo de regiões que costumam alagar”, finaliza o executivo.
Fonte – Auto Esporte