A arte é importante para todos os ramos da vida, seja na interpretação, criatividade ou em novas descobertas. Porém, todo esse universo pode parecer distante para os pequenos que, na maioria das vezes, mergulham, de fato, no assunto apenas nas aulas de história e artes na escola. Mesmo que de forma lúdica, estimular a educação visual nas crianças pode começar dentro de casa, sem que seja algo obrigatório e tradicional.
O pontapé inicial pode ser dado na decoração do quarto. Livia Doblas, galerista e marchand que trabalha com seleções de obras, acredita que educar os filhos com os conhecimentos das artes é uma forma de inseri-los na cultura, prendendo a atenção e gerando efeitos positivos.
Mesmo que você não seja um grande entendedor do assunto, é válido criar um espaço artístico nos quartos de criança. “Geralmente são colecionadores ou pessoas ligadas à educação que fazem questão de inserir obras nos quartos de crianças. Mas esse nicho certamente seria maior se as pessoas soubessem quantas possibilidades há quando tocamos neste assunto. E, além de agregar às crianças, servem como forma de investimento, já que há um mercado de arte em que vários artistas e suas obras ganham maior valor financeiro. Ou seja, além de serem atemporais e colecionáveis independente da idade, servem como investimento”, aponta.
Gostou da ideia? A galerista dá dicas para fugir da decoração usual dos cantinhos infantis e apostar em educação artística.
1. Diversão colorida
Que criança não gosta de pintar? Desenhos podem criar vínculos afetivos, tanto quanto os brinquedos convencionais. As crianças muito pequenas, principalmente, veem a obra em busca de signos, paradigmas e da novidade. Isso vale especialmente para os primeiros aninhos. Por isso, ao invés de ficar nos tons pastel, telas e gravuras com humor refinado podem semear uma paixão pela ilustração. Doblas indica o artista Gustavo Rosa para a tarefa, uma vez que objetos e animais divertidos ilustram suas obras de formas criativas e com cores vibrantes.
2. No campo da visão
Assim como no resto da casa, os quadros são dispostos para observação. O ideal é que eles sejam instalados na altura dos olhos, para chamar atenção. Para os pequenos, a estratégia é pendurá-los ou apoiá-los onde eles possam visualizar, podendo ser próximo ao berço ou à cama. Trata-se de preencher o campo visual para transmitir reconhecimento em um espaço acolhedor.
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3. Esculturas também são válidas
É difícil lembrar de um quarto de bebê ou criança quando falamos em esculturas. Mas, diferente dos quadros, elas podem ser manipuladas, estimulando o sentido do tato, já que os olhinhos e mãozinhas curiosos tudo veem e tudo tocam. Atenção para as pontas e texturas que podem machucar.
A galerista indica a artista plástica Sandra Barreiro, que produz peças que rementem às brincadeiras antigas que são feitas até hoje, como amarelinha, telefone sem fio e ciranda.
4. A função da arte é emocionar e alegrar
Apesar de ser tradicional combinar as nuances do quarto, prender-se a cores e formas pode não ser o melhor estímulo à arte, que deve despertar sensações positivas nos pequenos. Aposte em temas como animais e família, que podem trazer felicidade e conforto. Doblas indica o artista Aldemir Martins para despertar identificação entre a criançada.
5. Mãos à obra
Aqui, o termo “fazer arte” não está ligado a transgressões de regra e à bagunça.Vale dedicar espaços para os cantinhos da arte, onde os pequenos podem ter a criatividade estimulada. Com quadros espalhados pelo quarto, as asas da imaginação decolam com maior facilidade e as crianças podem se inspirar em obras.
Também é importante dar valor às crianções de seus filhos, pendurando os desenhos nas paredes e, quem sabe, até emoldurando-os ao lado do trabalho de outros artistas.