Maju Cotrim
Em entrevista exclusiva à Gazeta, o governador Mauro Carlesse (DEM) destacou o empenho do Governo para conseguir o reenquadramento do Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), com vistas à recuperação do crédito e à capacidade de investimento do Estado.
Ao falar sobre 2020, Carlesse criticou os gestores que, segundo ele, só mostram trabalho em ano eleitoral. “Alguns usam esse discurso oportunista para aparecer na mídia. Alguns desses, já tem quase oito anos de mandato e só agora resolveram mostrar serviço.”, disparou, sem citar nomes.
O chefe do Executivo garantiu, porém, que o Palácio não vai interferir nas eleições municipais. Mas que ele, pessoalmente, terá participação ativa no processo eleitoral, em todos os 139 municípios.
Confira a seguir a íntegra da entrevista.
Mauro Carlesse: Este primeiro ano do Governo foi justamente para enquadrar o Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal e organizar os projetos. Conseguimos trazer de volta o pagamento dos servidores para o primeiro dia útil do mês, estamos negociando dívidas antigas e pagando nossos fornecedores; retomamos obras; fizemos estradas novas, como Porto a Monte do Carmo e a Brejinho e também a região Sudeste; começamos a fazer cirurgia de cardiopatia e o Opera Tocantins voltou com força.
O Estado recuperou a credibilidade junto aos bancos e entidades financeiras, pois tem cumprido com as obrigações. Fazia muitos anos que o Tocantins não conseguia uma situação dessas, de estar no azul junto ao Tesouro Nacional. Sabemos que foi um ano difícil, mas temos que ter atitude para fazer o que o Estado precisa para retomar os investimentos, fazer obras e gerar empregos. Os resultados dos ajustes que fizemos, a população já vai sentir mais forte a partir de agora.
Há uma grande expectativa dentre os prefeitos para a liberação do empréstimo com a Caixa. Quais as perspectivas disso para este ano?
M.C – As perspectivas são as melhores, pois tudo que fizemos para reenquadrar o Estado foi justamente visando recuperar o crédito e a capacidade de investimento. Quando o Estado volta a investir a economia cresce de maneira mais permanente e os empregos voltam a aparecer. E é isso que vamos fazer com as obras nos 139 municípios, aproveitando a mão de obra local, melhorando as nossas cidades e gerando novas oportunidades. O Tocantins vai ter um ano positivo, melhor do que foi o ano passado. E vamos continuar preparando o Estado para um futuro melhor ainda.
Alguns prefeitos começaram a criticar as ações ou falta de ações do Estado. É o caso dos chefes do Executivo de Araguaína e Gurupi. Como o senhor está avaliando esse comportamento?
M.C. – Está começando um ano eleitoral e alguns usam esse discurso oportunista para aparecer na mídia. Alguns desses já tem quase oito anos de mandato e só agora resolveram mostrar serviço. Nós não, estamos trabalhando desde o primeiro dia. Minha obrigação como governador é administrar o Estado e apresentar as soluções que a população espera. Se eu ficar perdendo meu tempo com essas discussões que não levam a nada, o Estado não vai andar, assim como algumas gestões que vivem de propaganda e conversa fiada. Comigo é diferente, eu trabalho, cobro muito da minha equipe e mostro o resultado. Nenhum outro Estado do Brasil alcançou enquadramento no primeiro ano de Governo. Muitos estão com dificuldades de pagar a folha em dia. E olha o que fizemos. Ainda temos três anos pela frente. Não vou deixar esse clima de campanha entrar no Governo. Temos metas e a população sabe que vamos cumprir com nossos compromissos, que são fazer o Tocantins crescer gerando oportunidades para nossa gente.
Por falar em ano eleitoral, como o Palácio vai se comportar no apoio aos aliados para o pleito de outubro?
M.C. – Só quero deixar claro que o Palácio não vai entrar em campanha. Mas o governador, sim. Com certeza teremos nossos candidatos em todos os municípios e vamos dar as mãos e mostrar para a população que o nosso projeto de reorganizar o Tocantins está sendo feito e é positivo para todos.