Para Gloria Kalil, a nova geração de profissionais não está preocupada com o que o mundo corporativo pensa de suas tatuagens. Jornalista, consultora, empresária e autora de cinco best-sellers sobre comportamento, Gloria é categórica: “as empresas não deveriam ter nenhuma restrição em relação a tatuagens”.
No entendimento da especialista, esse assunto não é um problema do funcionário. “Elas que devem se adaptar à nova realidade”, diz.
Segundo Gloria, jovens com menos de 30 anos adotaram a moda das tatuagens — e tudo indica que isso deve durar. “A tatuagem é o símbolo dos millennials.”
Portanto, descartar funcionários com tatuagens ou desconsiderá-los de alguma forma é fechar as portas para uma parcela importante da mão de obra disponível no mercado. “Se a empresa quer ter à disposição todas as pessoas talentosas, ela não pode nem pensar nisso”, afirma.
A adesão às tatuagens é mais uma das caraterísticas da nova geração. Segundo Gloria, os jovens tendem a se importar menos com o mundo “convencional”. “Hoje, muitos millennials estão absolutamente despreocupados com esse tipo de questão”. Ela mesma diz não ter nenhuma, mas não descartar a ideia. “Estou seriamente considerando fazer a minha primeira tatuagem”.
Apesar da proliferação das tatoos, várias empresas ainda encaram a questão com maus olhos. Nesta reportagem, mostramos como funcionários de diferentes companhias precisam encontrar meios de esconder suas tatuagens para continuar no trabalho. “É aceitar ou ser demitida”, afirmou uma das fontes.
Gloria, no entanto, diz desconhecer empresas que tomem esse tipo de atitude. Para a especialista, a maneira como as pessoas se vestem ainda é mais tabu do que a arte corporal. “Ainda há muita formalidade quando o assunto é roupa”, diz.
Em seu livro “Chic profissional”, ela defende a ideia de que as pessoas devem manter guarda-roupas “separados”: um para a vida profissional e outro para a pessoal. Profissões como a de advogado ainda exigem o uso de terno e gravata, por exemplo. “Em alguns nichos, a formalidade é um ritual a ser obedecido.”
fonte: Época Negócios