No final de dezembro do ano passado estreou no catálogo brasileiro da Netflix um anime que vai acertar em cheio no coração dos fãs mais nostálgicos de videogames.

Hi Score Girl apresenta uma leve história de romance entre o animado Haruo Yaguchi e misteriosa Akira Ono. O diferencial fica por conta do cenário onde acontece o desenho: o Japão no início dos anos 90, em meio ao boom de Street Fighter II no fliperama.

Na real, Yaguchi e Ono se conhecem justamente em uma casa de arcades. O garoto é fera jogando com Guile, mas leva um verdadeiro coice da vida ao perder de forma impressionante para alguém jogando Zangief. Digo mais, controlado por uma menina, justamente Ono.

A trama segue ao longo de breves 12 episódios, mas o pano de fundo evolui de forma divertida, empolgante e… educativa!? Hi Score Girl traça um histórico preciso sobre o mercado de games na primeira metade dos anos 90.

Em partes, parece até um grande merchan de Street Fighter II e alguns jogos da Sega e SNK, visto que estes games aparecem com bastante, justificados pela predileção de Yaguchi. Consoles da Nintendo até aparecem, mas nada de imagens dos jogos (provavelmente para evitar tretas de direitos autorais com a Big N).

De quebra, é um registro muito bom também das casas de fliperama no Japão e toda cultura ao redor do assunto, como colocar ficha na máquina para guardar a vez, máquinas de pegar bichinhos e muito mais. O clímax do enredo chega até o início da geração 32-bits, mas vou parar de falar para evitar spoilers.

Hi Score Girl vale bastante pela curiosidade e pelo tom cômico do anime, que ainda traz um elenco de apoio marcante (especialmente na figura da garota Koharu Hidaka) e uma dublagem inspirada, que incorpora várias gírias atuais – o que pode soar estranho se considerarmos que a série acontece nos anos 90, mas mesmo assim deixa tudo mais engraçado. Porém, fique avisado, o desenho ainda não está completo: para março estão previstos mais três episódios.

Originalmente, o título foi um mangá publicado no Japão entre outubro de 2010 e setembro de 2018, com um total de 10 volumes. Curiosamente, a editora do mangá era justamente a Square Enix, produtora de séries lendárias como Final Fantasy e Dragon Quest, mas pouco se fala sobre elas na história.

Fonte: The Enemy