Depois da divulgação dos indicados ao Oscar 2020 nesta segunda-feira (13), o público e os críticos começaram mais uma vez o debate sobre representatividade na premiação. Como em quase todos os anos, os candidatos são predominantemente homens brancos e a falta de nomes como Lupita Nyong’o, de “Nós”, e Awkwafina e Zhao Shuzhen, de “A Despedida”, que eram promessas, gerou muitos comentários insatisfeitos na internet.
Uma das únicas exceções nesse aspecto foi a indicação de “Hair Love” ao Melhor curta-metragem de animação. O filme, lançado online pela Sony Pictures Animation em dezembro, é estrelado por uma família negra e conta a história de um pai que tenta arrumar os cabelos crespos da filha. Mesmo desajeitado, ele não desiste da missão e assiste a tutoriais para poder arrumar Zuri, a filhota. Ao longo dos quase 7 minutos de duração, o curta envolve o espectador em um enredo que fala sobre aceitação, autoconfiança, e amor.
Além do roteiro representativo, “Hair Love” serviu como base para um livro de mesmo nome, escrito por Matthew A. Cherry, também co-diretor do curta ao lado de Bruce W. Smith e Everett Downing, já conhecidos por filmes da Disney e da Pixar. Matthew contou em entrevistas que se inspirou em vídeos de pais tentando pentear os cabelos afro das filhas para criar o enredo e, então, apresentou a ideia no site Kickstarter, uma plataforma de crowdfunding, onde conseguiu 300 mil dólares para a produção, o maior arrecadamento para uma animação até hoje.
No elenco, “Hair Love” conta com Issa Rae, que dubla a mãe, a única personagem que fala durante o filme. A atriz é a criadora da serie “Insecure”, da HBO, que mostra a vida e as dificuldades enfrentadas por uma mulher negra nos dias de hoje. Issa também foi a escolhida para apresentar os candidatos ao Oscar ao lado do ator sul-coreano John Cho na noite passada. Durante os anúncios, ela demonstrou insatisfação ao anunciar que não havia nenhuma mulher entre os indicados a Melhor Diretor. “Parabéns a esses homens”, disse ela.
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