A taxa de juros do cheque especial continua em trajetória de alta, e registra novo recorde de 328,9% ao ano. De acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados nesta quinta-feira, 24 de novembro, ela subiu 4% de setembro para outubro, e é a maior desde a série histórica iniciada em julho de 1994. Em comparação com o porcentual registrado em dezembro de 2015, quando estava em 287% ao ano, a alta foi de 41,9%.

Já a taxa do rotativo do cartão de crédito ficou em 475,8% ao ano, uma redução de 3,9%, após três meses seguidos de crescimento. Esse é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Segundo mostra o BC, as duas taxas são as mais caras registradas na pesquisa, e estão bem distantes dos juros médios do crédito para pessoa física, que ficaram em 73,7% ao ano, em outubro, com alta de 0,5% em relação a setembro.

A taxa de inadimplência do crédito para pessoas físicas – atrasos acima de 90 dias – se mantem estável em 6,2%, pelo quinto mês seguido. A taxa de inadimplência das empresas foi ajustada em apenas 0,1%, e fechou em 5,6%; e a taxa média de juros cobrada das pessoas jurídicas ficou em 30,4% ao ano, com alta de 0,6%.

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Crédito livre
Os dados são referentes ao crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. No caso do crédito direcionado – empréstimos com regras definidas pelo governo, a taxa de juros para as pessoas físicas caiu 0,2% e ficou em 10,2% ao ano. A cobrada das empresas ficou estável em 12% ao ano; a inadimplência das famílias permaneceu em 2%, e das empresas subiu 0,5%, foi para 1,8%.

O saldo de todas as operações de crédito concedidas pelos bancos de setembro para outubro ficou em R$ 3,095 trilhões. Esse saldo correspondeu a 50,3% do Produto Interno Bruto (PIB).