Técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, juntamente com nove especialistas (clínica, prevenção de incapacidades e mobilizadores sociais) em hanseníase de renome nacional, estarão durante toda a semana, de 23 a 28 de outubro, em Porto Nacional, Araguaína e Gurupi, para a atualização dos profissionais da saúde que atuam na Atenção Básica dos três municípios, quanto à teoria e prática do diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidades em hanseníase, além de ações que promovam a prevenção do estigma e da discriminação. As ações fazem parte do projeto, “Abordagens Inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da hanseníase” do Governo Federal.

“A Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins solicitou à Coordenação Nacional, a introdução dos três municípios, levando em consideração a endemicidade a maior frequência, de novos casos nos últimos 5 anos”, destacou a gerente de Doenças Transmissíveis, Hajussa Garcia.

Ainda segundo a diretora, cada equipe de especialistas será responsável pelas atividades em oito Unidades de Saúde durante uma semana, atenderão no mínimo 30 pacientes (seis por turno) e conduzirão, ao fim deste processo, uma mini-campanha que ocorrerá no sábado, 28, com realização de exame dermatoneurológico para diagnóstico, avaliação para prevenção de incapacidades, além de atividades que alertam a população sobre os sinais e sintomas da doença.

Hanseníase - Divulgação

Projeto

O governo federal através da Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças de Eliminação do Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan Americana de Saúde – OPAS/Brasil registrou o Projeto “Abordagens Inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da hanseníase” junto à Fundação Sasakawa/Nippon Foundation e, no segundo semestre de 2015, o embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU) para eliminação da hanseníase, Yohei Sasakawa, esteve no Brasil visitando os Estados de Mato Grosso e Pernambuco, que já suscitava a intenção de apoiar o Brasil e suas regiões mais endêmicas.

Em 01 de Junho de 2017, o projeto Abordagens inovadoras para intensificar esforços para um Brasil Livre da Hanseníase foi apresentado aos parceiros, Estados e Municípios selecionados. É importante destacar que, o mesmo teve como modelo base, o “Projeto Palmas Livre da Doença de Hanseníase”, da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, que consiste em abordagens para intensificar esforços para um Brasil Livre da Hanseníase através do apoio financeiro da fundação Sassakawa e operacional do Ministério da Saúde e OPAS/OMS. O projeto tem um período de duração de 3 anos (2017-2019) e tem como objetivo geral a redução da carga parasitária da hanseníase em áreas prioritárias de 18 municípios selecionados nos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Mato Grosso, Pará e Pernambuco.

“É fundamental fazer busca ativa, principalmente em menores de 15 anos, como forma de diagnosticar precocemente os casos, interrompendo a cadeia de transmissão e prevenindo as incapacidades físicas”, destacou a coordenadora Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação, Carmelita Filha.

Dados

Em 2016, o Tocantins teve um total de 1585 casos diagnosticados no Estado, sendo 1327 casos novos e 258 com modo de entrada outros reingressos e recidiva.

Os municípios que mais apresentaram casos foram: Palmas, Araguaína, Gurupi, Paraíso, São Valério da Natividade, Porto Nacional, Colinas, Guaraí, Santa Fé do Araguaia e Augustinópolis.

Já em 2017, o Tocantins apresenta um total de 1.066 casos diagnosticados, sendo 864 casos novos e 202 com modo de entrada outros reingressos e recidiva. Os municípios que apresentam maior número de caos até o momento são: Palmas, Araguaína, Santa Fé do Araguaia, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional, Gurupi, Colinas, Recursolândia, Almas e Marianópolis.

Detecção e tratamento

A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória, que tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae. A doença acomete principalmente pele e nervos e sua transmissão se dá pelas vias aéreas superiores por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível (com maior probabilidade de adoecer) com uma pessoa doente sem tratamento.

A doença tem cura, e todo o tratamento é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  A investigação dos contatos domiciliares e sociais das pessoas acometidas pela doença é a principal estratégia para a interrupção da cadeia de transmissão.