Primeira Capital. Esse é o nome da operação que a Polícia Civil está cumprindo nesta quinta-feira, 17, em diversas cidades do Tocantins e Goiás. São 11 mandados de prisão preventiva e mais 11 ordens de busca de apreensão. Os alvos são os líderes de uma facção criminosa que atua no interior do estado e está ligada a crimes de homicídio e roubo, além do tráfico de drogas.
Os mandados foram cumpridos em Miracema, Tocantínia, Palmas, Gurupi, São Félix do Tocantins e também nos presídios de Palmas e Miracema do Tocantins.
A ação é coordenada pela 1ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Deic) de Palmas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o grupo cometia uma série de crimes violentos com o objetivo de garantir a execução do tráfico de drogas.
As investigações começaram em 2019 com o objetivo de reprimir ações violentas de uma célula de uma organização criminosa que atuava em Miracema do Tocantins e Tocantínia.
Os investigadores descobriram que a principal fonte de abastecimento de drogas do grupo era no estado de Goiás. Durante o período de investigações, os membros da facção chegaram a negociar uma tonelada de maconha saída de Goiânia.
Para que os carregamentos chegassem ao Tocantins os criminosos faziam uma espécie de terceirização do serviço de transporte, procurando criminosos que tinham estrutura de batedores e caminhões com fundo falso.
Depósito de armas e participação de parentes
A Polícia Civil descobriu também a existência de um paiol de armas da facção. Os membros do grupo criminoso podiam retirar qualquer arma de fogo e tinham a anotação feita em uma ficha cadastral. No caso de apreensão do armamento pela polícia, o integrante ficaria responsável por indenizar o bando.
“Em meio ao ambiente da guerra travada com a facção inimiga, foram verificadas cobranças de algumas lideranças direcionadas a homens da linha de frente do grupo no sentido de que muitas armas estavam sendo retiradas do paiol e retornando sem a prática de nenhum homicídio contra integrantes da facção rival”, informou o delegado Eduardo Menezes.
A investigação apontou ainda que os criminosos chegavam a expulsar pessoas de suas casas por terem algum parentesco com membros de uma facção rival.
Além disso, quando um membro de bando era preso, mulheres da família com mães e esposas eram obrigadas a assumir a venda de drogas ou dar condições para que as funções dos filhos e maridos continuassem sendo exercidas.