Por Antônio Neves

Verduras, legumes e frutas orgânicas são os produtos mais acessíveis nas gôndolas dos supermercados e com identificação principalmente sobre a forma de cultivo. Assimilando tudo isso, a nova geração está melhor informada e sabe o que esses produtos representam para a saúde e para o equilíbrio ambiental do planeta. O mercado importador também está de olho e busca comprar de quem faz uso desta prática. Entre os estados do Norte do Brasil, o Tocantins é o que mais exporta produtos sustentáveis.

Com um ambiente favorável composto por preços recordes e alta procura mundial pelo grão, o Brasil nunca produziu tanta soja. Do total, apenas 2% da soja deve ser orgânica, mas a produção, considerada um nicho de mercado, tende a crescer com a demanda por alimentação saudável e as exigências ambientais que pressionam o agronegócio a adotar boas práticas.

Plantação de Soja – Foto: Adapec

Segundo o presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), Rogério Vian, “mais do que tudo, fazer soja orgânica é um bom negócio. Além de um custo 50% menor em termos de insumos, o preço para a venda é muito vantajoso”, afirmou.

A produção sustentável deve incorporar a noção de limites na oferta de recursos naturais e na capacidade do meio ambiente para absorver os impactos da ação humana. Segundo pesquisa intensiva em emissões de gases do efeito estufa e em energia e recursos, uma produção sustentável pensa o ciclo completo dos produtos do berço ao berço, procurando prolongar a vida útil dos produtos e aproveitar o máximo possível os insumos da reciclagem em novas cadeias produtivas.

Hoje, uma saca de soja transgênica de 60 kg, a dominante no Brasil, é vendida por cerca de R$ 160. Já para o grão convencional, que não tem modificação genética, o preço é de R$ 180. Mas os produtores de orgânico, como explica Rogério, ganham em torno de R$ 220 por saca, ou seja, 37,% a mais que o grão dominante. Além disso, a produção tem uma rentabilidade 27% maior por hectare produzido.

Com 54% de seu território ocupado por fazendas, o Tocantins ocupa a primeira colocação no ranking dos estados que exportam produtos sustentáveis. O Estado é o segundo em áreas de preservação, são 41 mil quilômetros de áreas preservadas, o que significa dizer que boa parte dos produtores faz uso de alternativas possíveis para minimizar impactos ambientais e sociais. Esta ação comportamental reduz, prevenindo mais do que remediando os impactos ambientais e diminuindo riscos à saúde humana, gerando efeitos econômicos sociais positivos.

Ocupação territorial por estado

De acordo com estudos elaborados pela Rede Agropecuária de Comércio Exterior, enquanto alguns estados tem 24% de seu território ocupado por fazendas, e uma área de 164 mil Km quadrados preservados, o Tocantins tem 41 mil quilômetros quadrados preservados e 54% do território ocupado por fazendas, os números dos seguintes estados são: Acre tem 28%, Rondônia 39%, Roraima 12% e Amapá 11%, Amazonas 3%.

Vendas e produtos

Atualmente os números apresentados em vendas são de US$ 59 milhões, oleaginosas (soja) US$1,3 bilhão e carnes US$ 863 milhões. Animais vivos, carnes, cafés, temperos, soja, pescados, estão entre os principais produtos exportados pelos estados da região Norte com os seguintes valores: US$ 167 milhões, comercializados em animais vivos, cafés e temperos e US$ 167 de pescados.

Dados

A produção de soja deve bater um novo recorde no Brasil, de acordo com o levantamento de safra atualizado da Companhia Nacional de Abastecimento, feito em julho. O país deve alcançar 135,9 milhões de toneladas no ciclo 2020/2021, registrando um aumento de 8,9% ou 11 milhões de toneladas a mais em relação à safra passada, quando produziu 124,8 milhões de toneladas do grão.