Soares Filho – Especial para a Gazeta do Cerrado
Aconteceu na noite desta segunda-feira, 25, uma reunião no Centro Carmelitano para tratar da ida dos refugiados venezuelanos que seriam abrigados provisoriamente na Comunidade Moia que fica em Luzimangues – Distrito de Porto Nacional. Durante a reunião, que contou com a maioria dos moradores do setor, a comunidade se mostrou contra a ida dos refugiados ao local, eles alegam que o setor não tem estrutura para abrigar essas 50 famílias.
A maior dificuldade alegada pelos moradores é a falta de serviços de saúde, educação e outros atendimentos essenciais que gataram melhor qualidade de vida pra todos.
Uma das organizadoras da reunião, a senhora Rosário, disse que a comunidade não foi consultada sobre o assunto que tomaram decisões sem antes ouvir os moradores, o que causou ainda mais revolta.
“Aqui no Moia é tudo precário, não temos creche, posto de saúde, o ônibus só passa aqui duas vezes por dia, se nós que moramos aqui não disponibilizamos dos serviços públicos, como vamos garantir isso para outras pessoas” questionou.
De acordo com o Frei Felisberto, responsável pelo local, a igreja cedeu o espaço a pedido dos órgãos que estão a frente da força tarefa de apoio aos refugiados. “A preocupação é que essas pessoas não fiquem na rua por aumentar o risco de contaminação por doenças, principalmente, porque eles estão na rodoviária de Palmas, onde há um grande fluxo de pessoas diariamente”, pontuou.
A secretária de Assistência Social de Porto Nacional, Sara Mourão, que também participou da reunião, disse que o município não foi notificado sobre essa decisão de transferir essas famílias para o setor Moia. “O município sequer foi convidado para participar dessas reuniões, e até agora não recebemos nenhuma notificação sobre o assunto”, frisou.
Participaram da reunião os vereadores Joaquim do Luzimangues, Miúdo, representante da procuradoria do município, do Conselho Tutelar de Luzimangues, Ana Eliza, representante do NAS, Karol.
Ao finalizar a reunião, os moradores cantaram o hino nacional e pediram compreensão e cautela dos órgãos competentes sobre o assunto, que para os moradores é muito delicado e complexo.