Uma mulher de 49 morreu enquanto esperava por uma vaga de UTI para Covid-19 em Palmas. Ela ficou dias internada na Unidade de Pronto Atendimento da região sul. Ela apresentava quadro grave da doença, com pneumonia, além de sofrer de diabetes e hipertensão. O Ministério Público chegou a conseguir uma liminar determinando a transferência na noite desta terça-feira (11), mas a mulher morreu antes de conseguir um leito.
A Secretaria de Estado da Saúde sobre a demora na transferência da paciente, tendo em vista que o site da SES mostra que há leitos de Covid-19 disponíveis em Palmas, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
O promotor Vinícius de Oliveira informou que tomou conhecimento sobre o caso na tarde desta terça-feira (11) e ao entrar em contato com o setor de regulação da Secretaria Estadual da Saúde recebeu a informação de que não havia mais vagas em hospitais públicos ou em leitos contratados em hospitais privados.
O Estado ainda sugeriu a transferência da mulher para Araguaína, a mais de 400 km de distância de Palmas. Como a paciente tinha sido intubada, o promotor alertou que a viagem seria arriscada e a paciente corria risco de morrer.
“Frise-se que o risco da demora se acha evidenciado nos autos, uma vez que a transferência para leito de UTI foi solicitada, e o estado e município, até o momento, não forneceram qualquer solução, colocando em risco a vida da paciente, que pode ter sua saúde comprometida pela demora na indisponibilidade de vaga em leito de Unidade de Terapia Intensiva”, disse em trecho da ação.
O pedido de UTI foi protocolado pelo promotor às 18h45 e a uma liminar foi expedida pelo juiz Gilson Coelho Valadares às 21h03. “Ante o exposto, defiro o pedido de tutela antecipada, determinando que o Estado do Tocantins, transfira, imediatamente, a paciente Edilma da Silva Goulart para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular, localizado nesta cidade, atendendo assim, às recomendações médicas constantes dos laudos já referidos.”
Só que paciente morreu antes da transferência se realizar. “Sendo direito à saúde e à vida previsões da nossa Constituição Federal é inadmissível que uma paciente fique em uma unidade de pronto atendimento aguardando por dias uma vaga na UTI”, comentou o promotor.
O corpo foi enterrado na tarde desta quarta-feira (12) em um cemitério de Palmas.
Com informações do G1 TO