A Polícia Civil do Tocantins, por meio da Delegacia de Polícia de Santa Maria, concluiu nesta semana o inquérito da investigação policial do desabamento da gruta de Santa Maria. O fato aconteceu naquele município, no dia 1º de novembro de 2016, tendo 10 vítimas fatais e outras pessoas feridas.

gruta de santa maria

O inquérito foi instaurado logo após o ocorrido, pelo delegado de Polícia Civil de Santa Maria, Wlademir Costa. De acordo com o laudo analisado pelo delegado, conforme as perícias realizadas, o acidente teve como causa processos geológicos naturais, e na hipótese de influência da utilização de foguetes, estes apenas funcionaram como uma espécie de “gatilho”, apresentando um fenômeno natural que poderia ocorrer a qualquer momento, tendo o o desgaste natural da gruta Casa de Pedra foi determinante para que houvesse o acidente.

 

Para prosseguir as investigações e concluir o inquérito, o delegado Wlademir Costa ouviu seis testemunhas e contou o relatório da perícia realizada pelo Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Tocantins, Laudo técnico pericial de vistoria em local de encontro de cadáver, feito pelo Instituto de Criminalística, e exames necroscópicos nas vítimas, do Instituto de Medicina Legal.

 

De acordo com o delegado, o inquérito descarta a hipótese de uma conduta humana como motivações do acidente. “Foi apurado que havia um desgaste natural na gruta e que não houve qualquer ação ou omissão humana que colocasse as vítimas em risco. Ainda que se cogitasse a hipótese de uso de foguetes, não podemos afirmar que foi a causa determinante do acidente, posto que os laudos periciais mostram o desgaste natural do local com riqueza de detalhes. Por isso, concluímos que não haviam elementos indiciários que permitissem imputar o ocorrido a uma conduta humana”, afirma o delegado.

 

 

Entenda o Caso

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Na manhã do dia 1º de novembro de 2016, na gruta popularmente conhecida por “Casa de Pedra”, situada na Fazenda Sagrado Coração de Jesus II, zona rural do município de Santa Maria do Tocantins, diversas pessoas participavam do costumeiro evento religioso denominado “Reza de Todos os Santos”, quando, ao iniciar a concentração dos fiéis envolta do altar localizado no interior da gruta, parte do teto se desprendeu ocasionando a morte de 10 pessoas e outros feridos.

 

As diligencias realizadas pela Polícia Civil no local indicam que no dia que antecedeu os fatos, um grupo de fieis ficou responsável pela limpeza do local e observou, naquela ocasião, que no chão da entrada da gruta havia parte desprendida do teto, no entanto, foi dada continuidade ao trabalho sem maiores observações.

 

Na manhã do acidente, já com o local limpo e organizado, iniciou a concentração de fieis, seguindo, portanto, o costume religioso que já ocorria há mais de 50 anos, com a celebração da missa na entrada da gruta. Após este evento, a vítima Valdemir Lourenço de Oliveira acionou fogos de artifícios para indicar o início de uma oração que seria realizada próximo ao altar, no interior da gruta, vindo ele também a se deslocar para o local, tornando uma das vítimas fatais.

 

Instantes depois, quando alguns fiéis já estavam se concentrando para iniciar a reza, uma parte do teto da gruta, composta de terra e pedras, se desprendeu em virtude de uma ruptura por tombamento, caracterizando-se, segundo especialistas, como um desastre de intensidade nível 1.