A equipe da Agência Regional do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), do município de Araguaína recebeu na última terça-feira, 29, denúncia referente à mortandade de peixes no Rio Lontra, nas proximidades do Bairro JK, em Araguaína. A denúncia ocorreu por volta das 18h, momento que segundo o coordenador da Agência, Rodrigo Borges, prontamente uma equipe formada por fiscais e inspetores foram até o local para averiguação do caso.
“Foi constatada a mortandade de peixes de diversas espécies e tamanhos, dentre elas piau, mandi, cari, traíra, pacu e pintado. Segundo literatura científica, a mortandade ocorrida é classificada como moderada quando vão a óbito de 100 a 1000 peixes em uma extensão de 1,6 km, e abrupta quando acontece em menos de 24 horas”, destacou.
Com a finalidade de constatar a causa da mortandade, os técnicos percorreram o Rio Lontra até a Pequena Central Hidroelétrica (PCH) Corujão, mas não foram observados peixes mortos ou morrendo naquele trajeto. O gestor contou que em visita à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), da Companhia de Saneamento do Tocantins – Saneatins – Odebrecht Ambiental, o funcionário de plantão informou que a ETE operava normalmente, ocasião que se constatou que naquele momento se efetuava o lançamento de esgoto tratado na vazão de 230 m³/hora.
Conforme o coordenador foi realizado coletada de amostras de água e peixes que serão encaminhadas ao laboratório da Universidade Federal do Tocantins (UFT), para realização de análises físico-químicas e bacteriológicas, bem como necropsia nos animais afetados. O prazo para emissão do Parecer Técnico referente à mortandade é de 45 dias.
Poluentes químicos
A gestão da Agência Regional de Araguaína acredita que os problemas relacionados à qualidade da água do Rio Lontra tem início nas nascentes e principais afluentes, e ocorrem em razão de muitos deles estarem inseridos em áreas de crescimento urbano desordenado do município.
“E se intensificam à medida que adentram ao perímetro urbano. Outros fatores também estão associados, como o assoreamento, destruição da mata ciliar, lançamentos de dejetos, esgotos irregulares e poluentes químicos, podem ser citados como fontes de alteração da qualidade da água do referido corpo hídrico”, adiantou.
Para o coordenador Rodrigo Borges, as causas das mortes de peixes também estão diretamente relacionadas com o local, além de aspectos econômicos, geográficos, políticos e ambientais. “Para se distinguir entre possíveis agentes da mortandade deve-se analisar uma série de dados e informações observadas em campo. Além de realização de coleta de água, peixes e sedimentos para determinação em laboratório, de variáveis físicas e químicas. E ainda ensaios biológicos incluindo fitoplancton, zooplancton, coliformes termotolerantes e testes de toxicidade dependendo da situação”, ponderou.