O vereador Major Negreiros (PSB) foi liberado na madrugada deste domingo (12), após prestar depoimento por 2h30, na Polícia Civil na noite deste sábado (11). Ele foi detido na última quarta-feira (8) pela Polícia Federal ao desembarcar no Rio de Janeiro. O parlamentar estava viajando com a família para o Chile. Ele é um dos alvos da 2ª fase da operação Jogo Limpo e estava preso no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Palmas.
De acordo com o delegado, Guilherme Rocha, ele foi solto porque as “pretensões investigativas foram satisfeitas”. A defesa do vereador reafirmou a defesa dele e disse que vai aguardar o fim das investigações.
Segundo a Polícia Civil, Negreiros é um dos principais investigados na segunda fase dessa operação. Ele teria sido o maior beneficiado com os recursos supostamente desviados da Fundação Municipal de Esporte e Lazer (Fundesportes) e da Secretaria de Governo e Relações Institucionais da capital. A verba seria destinada a projetos sociais, mas o dinheiro teria sido usado em campanhas eleitorais de 2014.
O parlamentar teria recebido recursos ilícitos por meio de contas de familiares, assessores de seu gabinete, bem como na conta de cabos eleitorais e militantes políticos da sua campanha para deputado estadual de 2014.
Além de Major Negreiros, outros dois parlamentares teriam participado de um esquema que desviou R$ 7 milhões da Prefeitura de Palmas e também foram presos: o presidente da Câmara Municipal, João do Lago Folha e Rogério Freitas. Folha deixou a Casa de Prisão Provisória de Palmas nesta quarta-feira (8). Já Rogério Freitas saiu da unidade no último domingo (5).
Ao todo, 26 mandados de prisão temporária foram cumpridos na 2ª fase da operação Jogo Limpo.
O esquema
O esquema envolve quatro núcleos compostos por servidores, políticos, empresas fantasmas e entidades. Segundo a decisão judicial que autorizou a operação, 10 entidades investigadas admitiram o uso de notas frias fornecidas por sete empresas fantasmas.
As notas seriam para justificar despesas e serviços não realizados. Depois, o dinheiro seria desviado para servidores e agentes políticos ou para terceiros indicados por eles.
A polícia informou na última sexta-feira (3) que encontrou R$ 40 mil na conta do vereador Rogério Freitas oriundos de uma empresa fantasma utilizada no esquema e R$ 10 mil na conta pessoal do vereador Folha.
Outro lado
O presidente da Câmara de Palmas disse não autorizou que fossem feitos depósitos na conta dele e garante que é inocente.
A Prefeitura de Palmas informou que está à disposição da Justiça e da investigação para contribuir com qualquer esclarecimento.
O vereador Rogério Freitas disse em entrevista à TV Anhanguera que até o momento não foi acusado de nada e é inocente.
1ª fase da operação
A primeira fase da operação foi realizada em fevereiro deste ano contra uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro. O crime era praticado por meio de entidades sem fins lucrativos e empresas fantasmas, conforme as investigações. Ao todo, 10 federações e organizações não governamentais (ONG) podem estar envolvidas, além de quatro empresas.
Na época, os policiais cumpriram 24 mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão em Palmas e em mais quatro cidades do Tocantins: Paraíso do Tocantins, Nova Rosalândia, Paranã e Miracema.
Fonte: G1 Tocantins