Rogério Tortola – Gazeta do Cerrado
Um vídeo onde a ex-capitã do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, Pollyana Manzi Fagundes, de 38 anos, relata a forma como teria sofrido assédio por superiores dentro da cooperação do Corpo de Bombeiros do Tocantins, colocou novamente a instituição sob os holofotes da imprensa e lançou questionamentos sob a conduta de alguns militares.
Segundo a militar bombeira, durante anos ela teria resistido as investidas de seus superiores. São dez minutos de relatos por menorizados, descrevendo as possíveis formas e os prejuízos imputados a ela.
Veja o vídeo no link abaixo:
– Comando reúne bombeiras
Após a divulgação do vídeo nas redes sociais, na manhã desta quarta-feira, 16, as praças (bombeiras) lotadas em Palmas, foram convidadas para uma reunião institucional.
Por terem sido convidadas somente mulheres, excluindo os homens da instituição, algumas bombeiras resolveram convidar, Giovanna Nazareno, presidente da Associação das Mulheres Policiais do Tocantins.
Giovanna conversou com a Gazeta do Cerrado e disse que não pode acompanhar a reunião. Segundo ela estavam presentes, além do comando dos Bombeiros, o secretário de Comunicação do Estado, João Neto.
– Outra vítima se apresenta
As bombeiras presentes relataram, á presidente da Associação, o teor da reunião. Foi explicado que não existia nenhuma denúncia de assédio contra membros da Corporação formalizada e que por isso, não havia nenhuma apuração. Neste momento uma das presentes levantou e se identificou como vítima.
A reunião teria seguido e as bombeiras foram convidadas a fazer vídeos dizendo como é “bom” trabalhar na corporação, contou Giovanna.
A presidente refuta a afirmação de que não exista denúncias, de acordo com ela, o Governo recebeu no dia 13/12/2018 dois ofícios, um do Ministério Público Estadual e outro da Defensoria alertando sobre possíveis casos. Ela ainda relata que foi pedida uma audiência com o governador, mas ainda não foi atendida.
– Onde tudo começou?
Os casos de possíveis assédios foram revelados, após uma pesquisa da Associação das Mulheres Militares do Estado.
520 militares participaram da pesquisa e 183 responderam a um questionário de forma anônima. Mais da metade dos entrevistados, 62,3%, disseram ter sofrido algum tipo de assédio moral e 11,5% relataram ter sofrido algum tipo de assédio sexual, sendo a maioria mulheres.
Procuramos a Secretária de Comunicação do Estado que informou por meio de nota que um procedimento vai ser instaurado para verificar as denúncias e reafirmou que antes deste episódio nunca havia sido formalizada nenhuma denúncia por parte da ex-capitã. Sobre a reunião de hoje a assessoria ainda não se posicionou.
Foi questionado ainda por quem seria feita investigação, esta questão também, ainda não foi respondida.
Confira a nota na íntegra:
Nota
Sobre episódio levantado por meio de um vídeo gravado por uma ex-capitã do Corpo de Bombeiros de que teria sofrido assédio na Corporação, o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins informa que vai abrir um procedimento interno para apurar a denúncia. Vale destacar que em nenhum momento em que esteve na corporação, a ex-capitã formalizou ou apresentou provas que possam legitimar tais casos, e ainda que nenhuma denúncia formal foi feita à época na Corregedoria da corporação ou em Órgãos de Controle Externo.
Ante isso, o Corpo de Bombeiros, em respeito à história de honra da Corporação, também em respeito à população tocantinenses e acima de tudo às mulheres vai apurar os fatos na busca pela verdade e pela justiça.
Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins