A luta por igualdade e fim do racismo marcam as falas dos participantes da cerimônia de conclusão da primeira etapa do curso de formação dos dez agentes de Promoção de Igualdade Racial, contemplados pelo Projeto Coquelino, desenvolvido pela Prefeitura de Palmas em através de convênio com o Ministério da Justiça, participam nesta sexta-feira, 13. Os jovens receberam seus certificados na tarde desta sexta-feira, 13, na sede do Resolve Palmas Sul.
“É com grande orgulho e satisfação que hoje concluímos mais esta etapa e percebemos o quanto a gestão avançou na defesa dos direitos humanos. Seja com projetos voltados para os jovens, para a igualdade racial, pelos idosos ou pelas mulheres, essa gestão tem buscado valorizar e colocar em prática projetos importantes para estes segmentos como é o Projeto Coquelino. São ações que fortalecem a luta pela democracia”, disse o secretário-executivo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes), Edson Fernandes.
A estudante secundarista, Thatielly Lorrane dos Santos Castro, se emocionou ao relatar sua experiência no curso de formação de agentes. “Entrei aqui com uma visão de mundo e saio daqui totalmente transformada. Hoje eu entendo o que é ser negra e que é preciso ter coragem para avançar, para enfrentar o racismo. Aprendi no curso a me defender das agressões e posturas racistas e também aprendi que o conhecimento é nossa maior arma”, disse a jovem agente de Promoção de Igualdade Racial.
“Nós sabemos da responsabilidade enorme que temos pela frente. Defender nossa gente, nossos direitos e buscar dar voz aos jovens negros nas escolas é um desafio muito grande”, ressalta a estudante Wérica Rodrigues dos Santos, que vai atuar na Escola Municipal Aurélio Buarque de Holanda.
A cerimônia contou com a participação de pais de alunos, representantes de diversas autarquias e órgãos ligados aos Direitos Humanos e movimentos sociais de Palmas. A jornalista, Maria José Cotrim, do Movimento Crespas Tocantins foi convidada a compor a mesa de honra e deu um conselho aos jovens do Coquelino. “Eu peço que vocês não deixem suas vozes serem caladas, que lutem por seus direitos e denunciem atos de racismo. Vocês estão tendo a oportunidade de aprender sobre a origem negra de vocês e é importante ressaltar que esse processo passa por três etapas muito importantes: o auto-reconhecimento, a luta (afrontamento) e a denúncia. Sempre tenham em mente o poder da voz de vocês contra o racismo e todas as formas de opressão”, destacou Cotrim.
Projeto Coquelino
O projeto Coquelino possibilita a formação continuada de agentes multiplicadores que atuarão em escolas públicas com oferta de capacitações voltadas para o empreendedorismo social, liderança, comunicação e artes. Durante sua implementação serão desenvolvidas ações que visam à proteção social e a inclusão dos negros e negras residentes na Capital.
Dez escolas participam do Projeto Coquelino sendo oito municipais e duas estaduais. São elas: Escola Municipal Jorge Amado, Escola de Tempo Integral Caroline Campelo, Escola de Tempo Integral Eurídice de Melo, Escola Municipal Thiago Barbosa, Escola Municipal Maria Júlia, Escola Municipal Aurélio de Melo, Escola Municipal Beatriz Rodrigues, CEM de Taquaralto, Escola Estadual Maria dos Reis.
O nome do projeto é uma homenagem ao “Seu Coque”, como era chamado Coquelino Soares Cardoso, artista e artesão tocantinense que morava na cidade de Natividade e faleceu aos 60 anos de idade. Devido a uma paralisia infantil, seu Coque teve um braço atrofiado e dificuldades na fala. Mesmo assim, aos dezesseis anos, ele construiu sua primeira viola e aprendeu por conta própria escutando as músicas que tocavam no rádio da casa de seus vizinhos. Sua persistência e talento encantavam moradores e visitantes daquela localidade.