Uma produção orgânica totalmente automatizada e rastreável. Assim será a primeira horta urbana de Porto Alegre, que será construída às margens do rio Guaíba e deve entrar em operação em maio deste ano.
O projeto é intitulado Smart Local Farms e será construído nas dependências da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (ADVB-RS). Uma área de cerca de 100 mil metros quadrados de concreto será transformada em um cinturão de alimentos para toda a cidade, segundo os idealizadores, com 600 metros quadrados de estufas.
A iniciativa da ADVB-RS tem apoio da Agência de Fomento Social Besouro e do Instituto Open Food. A agtech gaúcha Elysios Agricultura Inteligente lidera a parte tecnológica do projeto. A tecnologia de automação e softwares vai permitir o controle e gestão de toda a produção de alimentos, além da rastreabilidade de cada espécie cultivada.
“O objetivo é construir um novo modelo alimentar na cidade, onde a gente consiga criar espaços que não são aproveitados atualmente e transformar isso em alimento”, explica Matheus Von Muhlen, do Open Food Institute.
Tomate na largada
A primeira hortaliça a ser produzida na Smart Farm será o tomate, a especialidade da Elysios. “Em seguida, pretendemos implantar alguma coisa de pimentão e, se encontrarmos outros parceiros, vamos estudar a possibilidade de hortaliças folhosas”, diz Frederico Brito, CEO da Elysios.
Toda a água usada na produção será captada e reutilizada no sistema. Parte do local ainda será destinada a parceiros e colaboradores, para workshops, cursos e treinamentos de gestão da horta.
Mão de obra comunitária
O Instituto Besouro e o Ministério Público irão capacitar mão de obra de comunidades em áreas de vulnerabilidade e treinar os interessados em fazer parte do projeto para atuar junto às hortas, com técnica de plantio e colheita aos cooperativados.
Os alimentos produzidos na horta serão direcionados para comercialização em feiras, rede gastronômica e via aplicativo. “O foco é poder oferecer os produtos para os mercados da região. Existe uma estimativa de que, onde há uma horta urbana, o PIB da região aumenta de 25% a 35%, e esse é um dos nossos objetivos”, ressalta Brito.
“Não é só uma horta urbana, mas uma ferramenta para gerar valor, aproveitar espaços não usados e gerar empregos”Frederico Brito, CEO da Elysios
Fonte: Globo Rural