Brener Nunes – Gazeta do Cerrado
Há quase um mês da prisão do ex-governador Marcelo Miranda não houve julgamento e o político segue detido na Sala de Estado Maior do Comando da Polícia Militar em Palmas. Em conversa o advogado do emedebista, Jair Pereira, afirmou à Gazeta na manhã desta segunda-feira, 22, que não há prazo para o fim da prisão preventiva. “Como não conseguimos liminar, temos que esperar”, revelou.
A defesa ainda esclarece que até hoje não foi marcada nenhuma audiência. “nenhuma audiência!! E eles já foram processados pelo que estão presos!! Serão processados pelo que? De novo pelos mesmos fatos?”, indagou Jair Pereira.
O advogado ainda destaca que mesmo que a prisão fosse por um dia ainda seria injusta. “A prisão seria injusta por um dia!! Em nenhum momento pedi para parar a investigação! Só que respeitem as regras de processo”, exclamou Jair.
No Quartel da PM Miranda toma banho de sol todos os dias quando caminha um pouco pelo local e tem recebido visitas do advogado, amigos e familiares.
O ex-governador é investigado por um suposto esquema de corrupção e foi alvo da PF na operação 12º Trabalho.
Três instâncias da Justiça já negaram os pedidos da defesa de Marcelo para que ele responda em liberdade ao inquérito da operação 12º Trabalho.
O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça, negou no começo da noite dessa terça-feira, 08, o pedido de habeas corpus do ex-governador.
Na decisão, o juiz determinou que o pedido seja analisado primeiro pelo Tribunal Regional Federal. “Percebe-se, com efeito, que os argumentos lançados na decisão primitiva deverão ser examinados necessariamente pela Terceira Turma do TRF/1ª Região, com a maior brevidade possível. Não há, no tópico, excesso de prazo capaz de justificar a antecipação da prestação jurisdicional do Superior Tribunal de Justiça”, escreveu o ministro.
A defesa tem sustentado que o ex-governador não apresenta risco à sociedade e que os fatos investigados na operação são antigos. Miranda continua preso numa sala do Estado Maior no Quartel de Comando Geral da Polícia Militar. De acordo com o Ministério Público Federal, ele é suspeito de fazer parte de uma quadrilha que teria desviado cerca de R$ 300 milhões dos cofres públicos do Tocantins.
O irmão de Marcelo, José Edmar Brito Miranda Júnior, também segue preso. Ele está em uma cela para presos com diploma de nível superior na Casa de Prisão Provisória de Palmas. O pai dos dois, José Edmar Brito Miranda, foi solto no dia 27 de setembro após pagar fiança de 200 salários mínimos.
Os três são apontados pelo Ministério Público Federal como responsáveis por um esquema de corrupção que pode ter desviado mais de R$ 300 milhões dos cofres do Tocantins. Marcelo Miranda foi governador do Tocantins por três mandatos, sendo que foi cassado antes de completar dois deles. Ele está preso desde o dia 26 de setembro na capital.
Luciano de Carvalho Rocha, que é primo do ex-governador, foi solto após o fim do prazo de prisão temporária. Ele é investigado por supostamente ter agido como laranja e testa de ferro do político para esconder capitais.
Na semana passada, o juiz Eduardo de Melo Gama, da 1ª Vara da Justiça Federal em Palmas, determinou um novo bloqueio nas contas de Marcelo Miranda, mas conseguiu localizar apenas R$ 16 nelas.