Dados divulgados pela ONU afirmam que 80% de todo o lixo marinho é composto por plástico e a estimativa é que em 2050 esse número supere o de peixes. No Brasil, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, um quinto dos resíduos é composto por embalagens de cosméticos, somando 25 mil toneladas.
Para Patricia Lima, fundadora da Simple Organic, uma das soluções para a questão ambiental é o conceito de slow beauty, a beleza preocupada com o futuro e com o consumo sustentável. “Há hoje a possibilidade de se ter o mesmo resultado estético, ajudando o meio ambiente e construindo a beleza aliada à saúde”, afirma.
Pensando nisso, para te ajudar a diminuir ou até mesmo barrar os impactos ambientais no seu dia a dia, selecionamos 6 formas de ser mais sustentável ao utilizar produtos de higiene.
1. Escova de dente
Segundo especialistas, a escova de dente comum deve ser trocada de três em três meses. Isso gera resíduos na natureza já que os itens demoram, em média, 500 anos para se decompor.
Feita de bambu, a escova de dente ecológica é 100% biodegradável e pode até ser plantada após seu descarte. Além disso, sua decomposição é de apenas 30 anos e, como o bambu tem um crescimento rápido, sua utilização não é considerada desmatamento.
2. Cotonete
Os cotonetes geralmente são esquecidos quando o assunto é reciclagem. Com isso, o descarte indevido deste material causa poluição na rede de esgoto. As hastes de plástico até podem ser recicladas se o algodão for removido. Porém, a opção mais sustentável é substituir o produto de plástico por aqueles feitos de papel, já que esses se decompõem mais rapidamente quando jogados fora e evitam a poluição marinha. As marcas Needs e Affagio comercializam cotonetes com hastes de papel reciclado.
3. Algodão
O algodão é uma fibra cujo cultivo é o que mais demanda o uso de substâncias tóxicas. Os números estão em 24% de todos os inseticidas e 11% de todos os pesticidas, impactando o solo e a água.
Porém, na hora de demaquilar, existem diversas alternativas para o uso do produto. Os ecopads, como são chamados os discos de crochê, podem ser reutilizados e tem a textura que limpa a pele sem agredi-la. Outra opção é deixar de lado os tufos de algodão e optar por uma toalha de rosto comum.
4. Shampoo e Condicionador
Estima-se que os resíduos plásticos provoquem, anualmente, a morte de mais de um milhão de aves e de outros 100 mil mamíferos marinhos. Portanto, o plástico utilizado nas embalagens de shampoo e condicionador também podem ser substituídos.
Hoje já existem marcas importadas como a Lush, ou nacionais como a Cativa Natureza, que fabricam os produtos em barra para aderir ao conceito ecológico. Se você preferir, também é possível fabricá-los em casa a partir de óleos essenciais encontrados em casas de produtos naturais.
5. Skincare
Outra sugestão é prestar atenção nos produtos de cuidados com a pele. Geralmente os cremes, séruns e maquiagens utilizam químicos e ativos que aumentam o nível de poluição do meio ambiente, além de prejudicar a pele. Os esfoliantes, por exemplo, usam microesferas de plástico em sua composição que vão direto para a água. Além disso, a cada produto comprado são consumidos os plásticos e papeis das próprias embalagens. Contudo, a indústria dos cosméticos está inovando aos poucos e trazendo novidades que usam a sustentabilidade como ingrediente principal. A Biossance, por exemplo, cria seus produtos a partir da fibra de cana-de-açúcar, nos quais não são utilizados corantes ou alvejantes.
Além dela, a Simple Organic apresenta embalagens feitas de papelão reciclado e de vidro, fazendo com que a marca ganhe o selo “Eu Reciclo”, o qual garante que 100% do que é vendido será reciclado.
Outra dica é pesquisar se sua marca favorita tem produção sustentável e também se possui o sistema de refil, no qual você reutiliza a mesma embalagem para reabastecer o produto.
6. Absorvente
Os absorventes comuns causam grande impacto na natureza, já que não é possível reciclá-los. Estima-se que uma única mulher, que tem em média 450 ciclos menstruais durante a vida, utilize cerca de 10.000 absorventes, gerando 150 kg de lixo como consequência de seu uso.
Porém, há no mercado alternativas que, além de ecológicas, não possuem químicas que afetam o corpo da mulher. Os coletores menstruais são os mais conhecidos, podendo ser reutilizados a cada ciclo. Além deles, surgiram também as calcinhas absorventes. Estas se degradam naturalmente em até 3 anos quando colocadas em aterro sanitário, diminuindo os impactos ambientais que os tecidos sintéticos em geral causam.
fonte: Casa & Jardim