Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira, 20, a Superintendência de Igualdade Racial e a Fundação Cultural de Palmas (FCP) oferecem programação dedicada à discussão da temática valorização racial e origens afrodescendentes. A programação contempla palestras e exibição gratuita de filmes na I Semana de Cinema Africano de Palmas, incluindo, inclusive, a obra do tocantinense Helen Lopes.
A ideia da criação de uma semana de cinema com este tema partiu da antropóloga, Deyze dos Anjos, que estuda o assunto há 10 anos. Atualmente, ela atua como instrutora de igualdade racional do Projeto Coquelino, que executa em Palmas, graças a convênio com o Ministério da Justiça, oficinas e atividades voltadas para a formação de agentes multiplicadores do empoderamento negro e da valorização da cultura afrodescendente.
Ela explica que a proposta é valorizar o continente africano como berço de cultura e história. “Precisamos desconstruir qualquer imagem negativa de África para construir uma imagem positiva de um continente de muita riqueza, história e de realeza. A ideia de trabalhar a semana do cinema africano é reconstruir uma imagem positiva do continente africano e relacionar isso com o Brasil e com o Tocantins”, disse Deyse.
Abrindo a programação da I Semana de Cinema Africano de Palmas, no Cine Cultura, no Espaço Cultural, na segunda-feira, 20, às 19 horas, haverá exibição do documentário Eu Não Seu Negro. Na terça-feira, 21, às 14 horas, o destaque será o documentário Mulheres Africanas – A Rede Invisível. Na quarta-feira, 22, às 14 horas, será exibido o drama A Pequena Vendedora de Sol e na quinta-feira, 23, o documentário tocantinense A Umbanda é Luz, às 19 horas.
O presidente da Fundação Cultural de Palmas, Hector Franco, lembra que é preciso sempre valorizar o conceito de brasilidade que retrata a união entre diferentes culturas e origens. “Tudo o que podemos fazer como sociedade para resgatar o valor de todas as etnias que compõem o mosaico que é o brasileiro a gente deve realizar porque é muito importante que conheçamos todas as manifestações de arte e cultura e essa exposição de filmes com matriz africana nos permite conhecer, apreciar e respeitar uma cultura muito rica e importante para os brasileiros”, frisa Franco.
Palestras
Antes de a semana de cinema iniciar, começa a programação de palestras sobre Consciência Negra. A primeira delas acontece nesta sexta-feira, 17, na Escola Municipal Luiz Gonzaga, na Arno 61, às 15 horas. Na segunda-feira, 20, às 9 horas, acontece palestra Escola Estadual Maria dos Reis no Jardim Taquari. Na terça-feira, 21, a palestra será levada para alunos de Colégio Estadual Meira Matos, às 9 horas, em Aparecida do Rio Negro. No mesmo dia, a palestra educativa acontecerá, às 15 horas, no Colégio Estadual Dom Pedro I, em Novo Acordo, e, de volta a Palmas, no Colégio Estadual Tiradentes, na Arse 82, às 19 horas. A palestra será ministrada ainda na quinta-feira, 23, no câmpus de Paraíso do Tocantins do Instituto Federal do Tocantins (IFTO).
O superintendente de Igualdade Racial, Nélio Lopes, ressalta que a proposta de toda a programação é relembrar e valorizar as origens da população brasileira. “A sociedade mesmo sendo predominantemente de origem negra não conhece sua origem e, consequentemente sua cultura. Não conhecendo ela não se aceita como negra. Por isso a proposta aqui é oferecer ferramentas de difusão da cultura afro para nossa sociedade”, enfatiza Lopes.
Para realização da programação pela Prefeitura Municipal, através da Superintendência de Igualdade Racial e da Fundação Cultural de Palmas, foi celebrada parceria com da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (Proex) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Embaixada da França no Brasil e Comunidade Africana de Palmas, Instituto Français e produção do Spatium.
Confira programação da I Semana de Cinema Africano de Palmas:
Data: 20/11/2017
19h – Eu Não Seu Negro, Raoul Peck – Documentário| EUA, Suíça, França, Bélgica|2017| 96’ – Classificação: 12 anos
Data: 21/11/2017
14h – Mulheres Africanas – a rede invisível, Carlos Nascimbeni – Documentário| Brasil| 2013| 100’ – Classificação: 12 anos
Data: 22/11/2017
14h – A Pequena Vendedora de Sol, Djibril Diop Mambéty – Drama| Senegal| 1998| 44’ – Classificação: 10 anos
Data: 23/11/2017
19h – A Umbanda é Luz, Helen Lopes – Documentário| Brasil/Tocantins| 2016| 24’ – Classificação: 12 anos