Tempestade de poeira em cidade no norte de São Paulo – Foto – Climatempo

Nos últimos dias, tempestades de poeira foram registradas em estados do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Maranhão. Nos próximos dias, o fenômeno pode se estender para locais como o Tocantins e a Bahia, segundo previsões do Climatempo. Todos esses lugares têm um importante fator em comum, o solo seco, devido a uma estiagem prolongada, e a probabilidade de tempestades com ventos de até 90 quilômetros por hora.

O interior de São Paulo, que presenciou o fenômeno nos últimos dias, deve ser poupado — a chegada das chuvas na região está assentando a poeira.

“As áreas que ainda não receberam chuvas, como o norte de Minas Gerais, Tocantins e o interior da Bahia, estão mais sujeitas a tempestades de poeira”, diz Dóris Palma, meteorologista do Climatempo.

Os especialistas ainda tentam entender todas as circunstância do fenômeno, mas uma coisa é clara: as mudanças climáticas, com períodos mais prolongados de secas e temperaturas em elevação, respondem por grande parte do problema. O desmatamento na Amazônia também vem sendo discutido nesse contexto.

A umidade da floresta ajuda a regular o regime de chuvas do Sudeste. Conforme a área sem cobertura vegetal aumenta, maiores são as chances de um desequílibrio das condições climáticas que levam à formação de nuvens.

Conhecido como “haboob”, o fenômeno, considerado mais comum em áreas de savana na África do que no restante do mundo, ocorre quando fortes rajadas que antecedem as chuvas entram em contato com o solo. Quando a terra está muito seca, os ventos levantam parte da camada da superfície. A poeira pode chegar até o nível das nuvens, formando uma espécie de paredão que se encontra com a tempestade.

No último final de semana, três pessoas morreram no interior de São Paulo em função do fenômeno. Em Santo Antônio de Aracanguá, funcionários de uma propriedade rural tentavam combater uma queimada quando uma forte ventania levantou um paredão de poeira, fumaça e fogo. Dois trabalhadores da fazenda e um dos donos do local acabaram não resistindo. Houve relatos de vítimas de ferimentos causados pelas tempestades de poeira em cidades como Presidente Prudente, Oswaldo Cruz e Dracena.

Fonte – Exame