O tenente-coronel da Polícia Militar Francinaldo Machado Bó, invadiu a sala de depoimentos da Delegacia de Homicídios de Palmas durante o interrogatório do soldado Silvestre Vieira de Farias Filho, preso temporariamente suspeito de atropletar e matar o adolescente Leandro Rocha da Cunha, de 16 anos, no Jardim Aureny IV no último dia 20 de março.
Um vídeo feito no local mostra o momento em que o tenente-coronel e o delegado Guido Camilo discutem sobre a prisão de Silvestre. O diálogo abaixo mostra como foi toda a confusão.
– PM: Agora por favor, dispensa meu militar que ele tem que voltar para o quartel dele, que lá que é casa dele.
– Delegado: O senhor vai levar ele?
– PM: Eu levo. [inaudível].
– PM: Ele não vai falar nada não.
– Delegado: Aqui…. Aqui o senhor não manda não.
– PM: Eu não mando mesmo não. Eu não mando mesmo não.
– Delegado: Não. Aqui o senhor não manda não.
– PM: Quem disse que eu tô querendo mandar aqui?
– Delegado: Tá? Aqui o senhor não manda não.
– PM: Quem disse que eu tô querendo mandar aqui?
– Delegado: Aqui o senhor não manda.
– PM: Eu só tô falando que ele não vai falar nada não. Que ele vai voltar pro quartel dele.
– Delegado: A senhora que está acompanhando ou é ele?
– PM Mulher: Sou eu.
– PM: Eu sou o comandante de policiamento da capital. Eu sou o superior dele. Eu sou o superior dele e num vou sair não.
– Outra pessoa: Peço que o senhor dê licença.
– PM: Num vô sair daqui.
– PM: Agora é brincadeira, viu? O negócio foi domingo, o cara é trabalhador, tem endereço fixo, tava trabalhando. Tem tanto bandido aí pra prender. Se ele estiver errado, que no final do inquérito configura isso que ele tá errado. Mas em dois dias, pedir a prisão do militar? É brincadeira.
De acordo com as informações, a discussão aconteceu logo após a prisão do solgado na quarta-feira, 27, e durante o depoimento do suspeito, policiais civis armados ficaram em frente a delegacia e viaturas da PM estacionadas na rua.
O laudo sobre a morte do adolescente apontou que ele morreu após sere atropelado e mostra também que os PMs envolvidos no acidente alteraram o local do crime antes dos peritos chegarem.
Além disso, a perícia disse também que a viatura estava a 45 km/h no momento do atropletamento.
Sobre o incidente na delegacia, a PM disse que o comando da corporação não foi cientificado sobre o conteúdo do vídeo. A nota afirma que assim que for cientificado, o comando adotará as medidas cabíveis.
*Com informações do G1 Tocantins
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