Do quilombo- Maju Cotrim

A comunidade quilombola Barra da Aroeira acordou emocionada. É mais que um dia de evento ou de receber autoridades: é a história sendo honrada após um século.

Mérito de todos os líderes quilombolas que durante os últimos anos lutaram, se manifestaram, correram atrás, não deixaram a comunidade desacreditar que seus direitos enfim seriam respeitados.

A titulação para um quilombo significa mais que justiça é o atestado da valorização e preservação da história de homens e mulheres que por gerações são resistência. Resistir não pode ser visto com romantismo como se sofrer e lutar fossem a obrigação do povo negro.

São entregues dois títulos definitivos de uma área correspondente a mil hectares, beneficiando 117 famílias compostas por cerca de 1,2 mil pessoas que vivem da agropecuária e do extrativismo.

Resistência que não vem de hoje mas sim dos antepassados. O direito á terra e um dos principais gargalos dos quilombolas que estão em constante luta por essa garantia.

Esta sexta é sim histórica para quem resistiu até hoje e para os que infelizmente lutaram mas não conseguiram ver esse sonho virar realidade. E o protagonismo é todo quilombola. Cabe sim é claro reconhecimento ao atual governo por saldar essa dívida histórica que muitos ignoraram.

Vida longa aos quilombos! Valorização e políticas públicas em várias áreas são necessárias! Os desafios e problemas quilombolas não podemos ser “romantizações” ou empurrados pela barriga pelos gestores. A preservação cultural, ações específicas de saúde para as mulheres e também de geração de renda, melhorias na educação e garantia dos jovens para ingresso no ensino superior são necessidades diárias e latentes.

Os quilombos não podem mais serem vistos pela sociedade e por governos como lugar isolado onde os poderes públicos não tem obrigações… pelo contrário: a luta nunca vai parar e não existe Um Tocantins socialmente justo sem respeito à luta quilombola.

A Gazeta apurou que o atual governo planeja entregar títulos de várias outras comunidades também em breve.

Salve nossos ancestrais! Salve os quilombolas tocantinenses que esperam ainda tantas outras políticas de reparação social.

E estou atenta acompanhando e reportando tudo isso.

Parabéns Barra da Aroeira! O quilombo venceu!