O governador Marcelo Miranda (PMDB) e o presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), Mohammed Hussein el Zoghbi, assinaram nesta quinta-feira, 1º, um protocolo de intenções para implantação, no Tocantins, de indústrias interessadas na produção, preparo e processamento de produtos destinados aos países islâmicos, cujo consumo é orientado pelo conceito Halal.
Halal, em árabe, significa “lícito, que é permitido”, e pode ser interpretado como as normas de manejo, processamento e fabricação de alimentos e produtos que atendam aos requisitos e princípios da cultura e das leis islâmicas. Para vender aos países muçulmanos, é necessário que as empresas tenham uma certificação de que o projeto é halal. E no Brasil, quem certifica esta produção é a Fambras.
Segundo o presidente da Fambras, o mercado global de alimentos e produtos halal movimenta por ano US$ 2,3 trilhões e cresce impressionantes 15% ao ano, para atender à demanda dos países islâmicos, de muçulmanos que moram nos mais diversos países, e também de pessoas ao redor do mundo que buscam uma alimentação saudável.
Mohammed Zoghbi acredita que o Tocantins reúne todas as características logísticas, de produção e processamento, necessárias para receber investimentos de países islâmicos e atender a parte deste gigantesco mercado em constante crescimento.
“Os investidores deste mercado querem ser parceiros do Tocantins. Eles querem injetar no mercado produtivo para o mundo oferecer os alimentos e produtos halal. Só precisamos mostrar que estamos preparados para isso e que temos projetos”, destacou Zoghbi, que é brasileiro descendente de libaneses.
Marcelo ressalta atuação de Halum
O governador Marcelo Miranda destacou a atuação do deputado César Halum, que é presidente da Frente Parlamentar Brasil-Países Árabes, por viabilizar o projeto e destacou o seu potencial para o desenvolvimento do Tocantins. “Quero destacar a importância do Parlamento, na pessoa do deputado César Halum, que foi fundamental neste processo, neste sentido de estarmos hoje reunidos. Chegamos à conclusão de que o Tocantins pode ajudar muito, não só na segurança alimentar, mas em outros setores também nesta relação com os países muçulmanos”, destacou o governador.
O deputado César Halum destacou que o mercado halal pode ser a grande bandeira do desenvolvimento econômico. “O Tocantins pode ser um dos grandes fornecedores deste mercado. Pode ser inclusive o modelo inicial do Brasil para este mercado. Nós temos várias indústrias brasileiras certificadas, que já vendem, mas estão espalhadas. Nós podemos concentrar tudo isso no Tocantins, que pode ser contemplado no projeto da ZEN”, afirmou Halum.
O parlamentar se referiu à Zona Especial de Negócios (ZEN), projeto apresentado durante a audiência pelo empresário Pedro Vilaça. O empreendimento pode reunir as empresas e indústrias interessadas em produzir e exportar aos consumidores muçulmanos produtos halal e está instalado no pátio multimodal da ferrovia Norte-Sul em Porto Nacional.
O prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia (PV), destacou a importância da instalação de indústrias e empresas certificadas para exportar produtos halal a partir de Porto Nacional. Maia disse que o deputado César Halum se mostrou como a ponte que ligará Porto Nacional aos países árabes. “Isso nos abre uma grande porta de desenvolvimento, não somente para Porto Nacional, mas para toda a região, que compõe esse grande potencial do agronegócio tocantinense. E o deputado César Halum tem representado esta ligação com os países árabes e com este grande projeto”, afirmou o prefeito.
O empresário Mohammed Zoghbi destacou também o potencial para atração de investidores do Ecoporto Praia Norte, pela sua localização estratégica e capacidade de escoamento da produção halal do Tocantins por meio fluvial.
Também estiveram presentes na audiência o secretário-executivo da Frente Brasil-Países Árabes, Khalil Karam, secretários estaduais, presidentes de autarquias e outros empresários.