Eduardo Siqueira completa uma semana no QCG; Comoção, movimentações, fator Polyana, entrega de cargos e Palmas no modo instabilidade política 

Maju Cotrim 

O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos completa uma semana recolhido no Quartel do Comando Geral de Palmas. Ele foi detido na última sexta-feira, 27. A expectativa da defesa dele é pela divulgação da decisão sobre os pedidos feitos. No campo jurídico a banca de advogados de Eduardo tomou as medidas para tentar revogação ou uma prisão domiciliar. 

Neste período que Eduardo está detido vários advogados tiveram acesso a ele e contam que ele está “sereno e tranquilo”.

A grande repercussão ficou por conta do gestor interino, o Pastor Carlos Velozo ter sinalizado num primeiro momento “continuidade sem alterações” como chegou a dizer na reunião de secretários e após, orientado pelo partido Agir, ter começado a fazer mudanças. A exoneração de Carlos Júnior, braço direito de Eduardo Siqueira, gerou descontentamento de aliados. O nome que o substitui veio de Recife indicado pelo partido e houve ainda alteração no comando da Procuradoria. Velozo governa em meio a repercussões de influências do seu partido e até do grupo Monte Sião.

Nestes dias houve ainda o desligamento voluntário de três secretários ligados ao deputado federal Vicentinho Júnior que destacaram lealdade a Eduardo Siqueira e entregaram os cargos ao gestor interno. Os demais pretendem não entregar os cargos e aguardarem a decisão do gestor interino.

Velozo, por sua vez, tem dito que vai rever “todos os atos” e que mudará o que não concordar. Ele entregou a Praça Brasília no Aureny I, que foi construída por Eduardo Siqueira. Afirmou ainda que independente do tempo que ficar vai “dar sua cara”. Ele tem dito que não teme críticas nem “desagradar” por causa de suas decisões, 

Fator Polyana 

Uma personagem que tem sido crucial neste momento é Polyana Siqueira Campos. Além de vídeo agradecendo a população pelo apoio, ela foi pessoalmente á inauguração da Praça e passou força e tranquilidade aos moradores num gesto de cuidado e zelo com as ações do prefeito Eduardo. A presença e postura de Polyana tem sido crucial para os apoiadores. Ela, na inauguração da praça, não subiu no palanque. “Meu silêncio é meu maior tesouro”, chegou a dizer abraçada por apoiadores. 

Instabilidade 

A palavra que mais se fala é “instabilidade”. Servidores contratados todos os dias vivem a saga da espera do diário oficial temendo demissões. Os secretários seguem aguardando quais serão os próximos passos e se haverá mais mudanças, o que Velozo não descartou. 

Câmara 

A Gazeta fez um especial de entrevistas com vereadores que em sua maioria demonstraram preocupação com o cenário na cidade, se solidarizaram com Eduardo Siqueira e afirmaram estar acompanhando atentos tudo que está acontecendo. Eles rechaçaram qualquer tentativa de pedido de impeachment já que não há nenhuma denúncia contra a gestão e que a prisão de Eduardo não tem nada a ver com nenhum ato administrativo.

A operação 

O prefeito de Palmas Eduardo Siqueira Campos (Podemos) foi afastado do cargo e preso durante uma operação da Polícia Federal,investigado por um suposto vazamento de informações sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Operação Sisamnes apontou que o prefeito teria usado as informações para incrementar “sua rede de influência na política local”.

O advogado Antônio Ianowich Filho e o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz também foram presos. 

A decisão foi assinada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O prefeito e o advogado foram levados para celas no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar. O policial está na carceragem do 6º Batalhão da PM, na região sul da cidade.

A operação Sisamnes, da Polícia Federal, investiga um suposto esquema de vazamento de informações sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Elas eram acessadas antecipadamente e repassadas a investigados, com objetivo de proteger aliados, frustrar ações policiais e construir redes de influência. Essas ações teriam impacto direto sobre operações da PF. 

A apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos.