Na manhã desta segunda-feira (14), novas manchas de óleo foram encontradas na Praia de Pirambu, Litoral Norte de Sergipe. O município foi o primeiro a registrar a substância no dia 24 de setembro e, de acordo com a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), já são mais de 100 toneladas de óleo recolhidas no estado.
Em Pirambu, 15 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) trabalham na limpeza e monitoramento da praia desde o dia 25 de setembro.
“Hoje, apareceram novas manchas espessas. Atualmente estamos com nosso pessoal, mais 15 pessoas de uma terceirizada da Petrobras”, explicou o analista ambiental o ICMBio, Erik Santos.
Sergipe possui 193 km de litoral, com 17 praias, todas afetas com o problema que atinge 72 municípios nos nove estados do Nordeste. Desses, em 119 km existe o monitoramento da reprodução das tartarugas marinhas feito pelo TAMAR.
Neste domingo (13), equipes da Administração Estadual de Meio Ambiente (Adema) encontraram novas manchas de óleo em praias de Aracaju. Em algum momento, desde o dia 24 de setembro, todas as 17 praias do estado, que somam 193 quilômetros, foram atingidas.
“Há incidência de bastante óleo. Ainda que em menor quantidade, observamos a continuidade da chegada dessa substância”, disse o diretor-presidente da Adema, Gilvan Dias.
A análise da água, feita periodicamente pelo órgão, atesta a balneabilidade, no entanto o órgão recomenda aos banhistas que evitem o contato com as manchas. Segundo o governo do estado, o processo de limpeza para retirada permanece sendo feito diariamente em toda a extensão litorânea. O material recolhido é enviado para uma unidade da Petrobras em Carmópolis.
Decisão
A Justiça determinou, neste sábado (12), que União e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) protejam rios em Sergipe das manchas em até 48 horas. O governo de Sergipe esperava que a Petrobras enviasse equipamento de proteção para conter a mancha, mas as barreiras de proteção não chegaram. Neste sábado, o governo sergipano iniciou, em um dos rios, a instalação de barreiras alugadas pelo valor de quase R$ 7 mil por dia.
Além disso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que solicitou ao Ibama que intime a Shell a prestar informações sobre barris com inscrição de um lubrificante fabricado pela empresa, que foram encontrados no litoral sergipano. O material foi analisado pela Marinha, através do Instituto de Estudos do Mar Almirante Saulo Moreira (IEAPM), que informou, no dia 30 de setembro, que o conteúdo era incompatível com a substância das manchas.
Ao todo, as manchas de óleo já atingiram 161 localidades dos noves estados do Nordeste. O desastre já atingiu ao menos 12 unidades de conservação do país e afeta o turismo e as comunidades pesqueiras.
Praias sergipanas
Litoral Norte
- Pacatuba: Ponta dos mangues
- Pirambu: Praia de Pirambu
- Barra dos Coqueiros: Atalaia Nova, Boca da Barra, Costa, Jatobá
Litoral Sul
- Aracaju: Artistas, Coroa do meio, Atalaia, Aruana, Náufragos, Refúgio, Sarney e Viral
- Itaporanga D’ajuda: Caueira
- Estância: Abaís e Saco
Emergência
No último dia 5, o governo estadual decretou situação de emergência, e o Projeto Tamar suspendeu a soltura de filhotes de tartarugas marinhas por conta do problema. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro determinou uma investigação sobre as origens do óleo.
Além disso, as manchas atingiram a área de praia do maior berçário de tartarugas da espécie oliva do país, na reserva Santa Isabel, que fica em Pirambu.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, veio a Aracaju na segunda-feira (7), para avaliar o litoral sergipano.
Fonte: Globo.com