Com crescimento lento e constante, o Twitter passou de 318 para 330 milhões de usuários ativos no ano passado. A receita também aumentou. Dados do primeiro trimestre de 2018 indicam aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Dos 665 milhões de dólares, a maior parte veio da publicidade no microblogue. Por conta disso, a empresa precisa ampliar o seu alcance e engajar usuários para continuar a crescer, sem anúncios de novos recursos constantemente, como fazem os aplicativos do Facebook, como Instagram e WhatsApp. O segredo? Parcerias.

No Brasil, o Twitter tem alianças com as operadoras Vivo e TIM. Elas oferecem em seus planos o acesso gratuito ao aplicativo. O custo é absorvido pelas operadoras, que não cobram o consumo de dados do pacote contratado pelos clientes. A medida é comum no Brasil. A TIM, por exemplo, também oferece isenção de internet para o uso do WhatsApp.

Sharad Vivek, diretor global de desenvolvimento de negócios do Twitter, afirma que a prática, chamada zero rating, é mutuamente benéfica e ajuda a companhia a aumentar o engajamento dos usuários. “As pessoas têm a oportunidade de testar o Twitter em um ambiente sem custo e podem se familiarizar mais com o aplicativo, o que ajuda a aumentar o uso”, declarou Vivek. Vale notar que a isenção de cobrança de internet não abrange todos os recursos oferecidos pelo app. Os vídeos, por exemplo, gastam dados do plano do usuário.

Outra medida que a empresa tomou para seguir crescendo no Brasil, bem como em outras economias emergentes, foi lançar o Twitter Lite. O aplicativo é voltado para celulares com sistema Android e hardware defasado. Ele tem menos recursos do que a versão principal do app, mas funciona como uma porta de entrada para novos usuários ou um meio de acesso para pessoas que não têm bons smartphones.

Os bots também funcionam como uma maneira de levar internautas ao Twitter e aumentar o engajamento com o microblogue, ao mesmo tempo em que ajuda a poupar custos de atendimento ao cliente para as companhias ou instituições parceiras. Em ano de eleição, a empresa se aliou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para oferecer aos usuários um sistema automático com respostas prontas para as perguntas mais frequentes e também para informar rapidamente ao eleitor o seu local de votação e checagem da situação eleitoral.

Com aumento de 6 milhões de usuários no primeiro trimestre de 2018, o Twitter não divulga dados específicos sobre o mercado brasileiro, apenas ressalta que o país tem importância estratégica para seu crescimento. Por conta disso, novas parcerias devem ser feitas com empresas por aqui.

Por Lucas Agrela, do site Exame