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45% dos tocantinenses e 10,3 milhões de brasileiros passam fome

Fome volta a assolar o Brasil e os tocantinenses

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a insegurança alimentar grave esteve presente no lar de cerca de 73 mil tocantinenses (4,8%) ao menos em alguns momentos entre 2017 e 2018. Do total de domicílios do estado, 45,5% estavam com algum nível de insegurança alimentar, atingindo, aproximadamente 750 mil pessoas. É o que retrata a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise da Segurança Alimentar no Brasil, divulgada nesta quinta-feira, 17.

“Quando um domicílio tem insegurança alimentar grave, há uma restrição maior de acesso aos alimentos, com uma redução da quantidade consumida para todos os moradores, inclusive crianças, quando presentes. E nesses lares pode ter ocorrido a fome, situação em que pelo menos alguém ficou o dia inteiro sem comer um alimento”, explica o gerente da pesquisa, André Martins.

De acordo com a pesquisa do IBGE:

Já em relação a população residente no Estado:

Cenário nacional – Fome volta a crescer no Brasil e atinge 10,3 milhões

Em 5 anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas em situação de fome no Brasil. Com o crescimento, ao todo, cerca de 10,3 milhões de pessoas viviam sem acesso regular à alimentação básica no Brasil. E a erradicação da misérias e da falta de nutrientes básicos na alimentação dos brasileiros, que vinha sendo controlada e resolvida, foi por água a baixo!

Aumento de brasileiros que passam fome:

A insegurança alimentar aparece de forma desigual entre as regiões. As prevalências no Norte (57,0%) e Nordeste (50,3%) indicam que menos da metade dos domicílios dessas regiões tinham acesso pleno e regular aos alimentos. Os percentuais de insegurança eram menores no Centro-Oeste (35,2%), Sudeste (31,2%) e Sul (20,7%).

Norte (10,2%), Nordeste (7,1%) e Centro-Oeste (4,7%) tinham os maiores percentuais de domicílios onde a fome esteve presente em pelos menos alguns momentos do período de referência de 3 meses. A prevalência de IA grave do Norte era cerca de cinco vezes maior que a do Sul (2,2%).

Eis alguns destaques da pesquisa do IBGE:

Consequências da insegurança alimentar:

 Insegurança alimentar é quando o acesso e a disponibilidade de alimentos são escassos. Se uma família não tem acesso regular e permanente à alimentação, em quantidade e qualidade adequadas, ela está em situação de insegurança alimentar.

As escalas de insegurança abrangem situações de alimentação de má qualidade até a fome em larga escala. A situação pode ser crônica ou transitória e o acesso pode ser limitado a algum momento do ano, devido à falta de dinheiro e outros recursos.

A situação econômica familiar está intimamente ligada à insegurança alimentar, existindo principalmente em países pobres e em desenvolvimento.

A insegurança alimentar grave pode levar à desnutrição, por outro lado, as consequências de se viver em insegurança alimentar também passam pelo sobrepeso, quando há aumento no consumo de alimentos de alta densidade energética e baixo custo.

As duas faces do mesmo problema

A troca da qualidade dos alimentos com o objetivo de otimizar os recursos financeiros é muito comum nas famílias de baixa renda e a consequência é a obesidade. Essa carência alimentar é mais difícil de identificar, porém, é potencialmente perigosa.

A má alimentação gera uma cascata de vulnerabilidades, que muitas vezes se traduz em doenças. Essa fome, parcialmente saciada com uma dieta pobre em carboidratos complexos e rica em açúcares simples e gorduras, compromete ainda mais a qualidade de vida de pessoas já prejudicadas socialmente.

A questão da alimentação não se resume apenas a ter comida na mesa ou não, ela também envolve a qualidade, procedência e elaboração dessa comida. Não se trata apenas de comer, mas de comer bem. A privação de comida, fome severa e a obesidade são a ponta de um iceberg muito maior do que temos noção.

As deficiências de micronutrientes como ferro, vitamina A e iodo são crescentes. Bilhões de pessoas sofrem hoje as consequências do modelo de alimentação fast food, que mina a saúde e aumenta os casos de diabetes, alergias, colesterol alto, hiperatividade infantil, etc.

Cada vez mais pessoas são empurradas a comprar produtos baratos e menos nutritivos.

Para transformar esse paradigma, é fundamental promover uma agricultura local, diversa, camponesa e sustentável, que respeite o território, entendendo o comércio internacional como um complemento à produção local.

Atualmente, grande parte dos grupos de consumo se encontra nos núcleos urbanos. A distância e a dificuldade para contatar diretamente com os produtores são maiores nessas condições. Contudo, obter informações sobre o conteúdo nutricional e preços menores para os alimentos mais saudáveis, incluindo frutas e legumes, é necessário.

Fonte: IBGE

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