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A controvérsia dos 50 milhões de perfis do Facebook manipulados pela Cambridge Analytica

(Divulgação/Facebook)

O fim de semana foi marcado pelo escândalo Cambridge Analytica. A empresa foi banida do Facebook sob acusação de violar informações de 50 milhões de usuários da rede social nos Estados Unidos. Não houve invasão ou atuação de malwares. Os dados foram capturados a partir de um “inocente” aplicativo de teste psicológico.

A trama veio à tona depois de uma extensa investigação conjunta entre New York TimesThe Observer (do The Guardian). De acordo com ambos os veículos, o assunto é delicado não só por envolver violação de dados de milhões de pessoas, mas também por ser um indício do quão valiosas as informações pessoais podem ser para diversos fins, inclusive políticos: a Cambridge Analytica trabalhou para a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Que empresa é essa, afinal?

A Cambridge Analytica foi criada em 2013 como parte da Strategic Communication Laboratories Group (SCL) e atua como um serviço de análise de dados para fins comerciais ou políticos. A sede fica em Londres, mas a empresa tem escritórios nos Estados Unidos (Nova York e Washington), Malásia e Brasil.

Entre os clientes da Cambridge Analytica estão Donald Trump, como já informado, e, supostamente, grupos ligados ao Brexit. Até aí, nada demais. Não há ilegalidade na análise de dados para fins eleitorais (desde que esse serviço não viole leis). Os métodos usados pela empresa é que levantaram sérios questionamentos.

Tudo começou a ganhar forma com o russo Aleksandr Kogan, professor de psicologia da Universidade de Cambridge (apesar do nome, a Cambridge Analytica não tem vínculo com a instituição). O Facebook afirma que Kogan obteve autorização para realizar um teste de personalidade para fins acadêmicos na rede social por meio de um aplicativo chamado thisisyourdigitallife.

 O fim de semana foi marcado pelo escândalo Cambridge Analytica. A empresa foi banida do Facebook sob acusação de violar informações de 50 milhões de usuários da rede social nos Estados Unidos. Não houve invasão ou atuação de malwares. Os dados foram capturados a partir de um “inocente” aplicativo de teste psicológico.

A trama veio à tona depois de uma extensa investigação conjunta entre New York TimesThe Observer (do The Guardian). De acordo com ambos os veículos, o assunto é delicado não só por envolver violação de dados de milhões de pessoas, mas também por ser um indício do quão valiosas as informações pessoais podem ser para diversos fins, inclusive políticos: a Cambridge Analytica trabalhou para a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Que empresa é essa, afinal?

A Cambridge Analytica foi criada em 2013 como parte da Strategic Communication Laboratories Group (SCL) e atua como um serviço de análise de dados para fins comerciais ou políticos. A sede fica em Londres, mas a empresa tem escritórios nos Estados Unidos (Nova York e Washington), Malásia e Brasil.

Entre os clientes da Cambridge Analytica estão Donald Trump, como já informado, e, supostamente, grupos ligados ao Brexit. Até aí, nada demais. Não há ilegalidade na análise de dados para fins eleitorais (desde que esse serviço não viole leis). Os métodos usados pela empresa é que levantaram sérios questionamentos.

Tudo começou a ganhar forma com o russo Aleksandr Kogan, professor de psicologia da Universidade de Cambridge (apesar do nome, a Cambridge Analytica não tem vínculo com a instituição). O Facebook afirma que Kogan obteve autorização para realizar um teste de personalidade para fins acadêmicos na rede social por meio de um aplicativo chamado thisisyourdigitallife.

Alexander Nix, CEO da Cambridge Analytica (Foto: BBC)

Um aplicativo inocente, só que não

Sabe aqueles quizzes que vira e mexe aparecem no Facebook (quando você vai se casar, que personagem você seria em certo filme e por aí vai)? O tal do aplicativo seguia mais ou menos essa abordagem. Após um trabalho de divulgação em plataformas como Amazon Mechanical Turk, Kogan conseguiu fazer cerca de 270 mil usuários do Facebook participarem do teste. Em troca, ele obtinha dados como identidade, localização e gostos (conteúdo com likes).

Embora seja uma prática questionável, ainda não há nada de errado aí, legalmente falando. Os usuários deram permissão para a coleta dos dados quando aceitaram usar o aplicativo. O problema está no fato de Kogan ter repassado os dados à Cambridge Analytica. De acordo com o Facebook, as condições de uso da plataforma proíbem o compartilhamento de dados com terceiros. Armazenamento de dados: A SONDA te mostra 6 erros que sua empresa pode estar cometendo Patrocinado 

Para piorar a situação, a coleta também incluiu dados de contatos das 270 mil pessoas que utilizaram o aplicativo cujas configurações de privacidade permitiam esse acesso. Estima-se que dados de 50 milhões de usuários foram repassados à Cambridge Analytica com essa operação. Kogan teria recebido US$ 800 mil pelo trabalho.

Facebook revelou que a violação das políticas da plataforma foi identificada em 2015 e que, como consequência, o aplicativo foi removido da rede social. Aleksandr Kogan, Cambridge Analytica e Christopher Wylie receberam solicitações formais para eliminar os dados coletados. Mas o Facebook afirma ter descoberto recentemente que nem todos os dados foram destruídos.

Sim, há outro personagem nessa história. Christopher Wylie é um canadense que foi essencial para a investigação conduzida pelos jornais. Ele trabalhou para a Cambridge Analytica quando os dados estavam sendo coletados e deu detalhes sobre toda a operação.

Wylie reconhece que ajudou a formular um plano para colher dados de usuários do Facebook e, assim, construir modelos de análise que pudessem ser usados para direcionar ações de cunho político. Esse trabalho era feito de diversas formas. Os dados podiam revelar o temor de usuários sobre determinadas questões para, com isso, campanhas serem feitas abordando esses assuntos, por exemplo.

E agora?

Embora o Facebook tenha informado que tomou providências em 2015, o assunto coloca o serviço contra a parede: é razoável que, a despeito da finalidade, a companhia permita que tantos dados sobre usuários sejam coletados? Além disso, o Facebook trata o assunto como uma violação de suas políticas, mas não teria sido uma falha de segurança?

É possível que o escândalo ganhe mais capítulos, inclusive nas esferas judiciais. O assunto já é de conhecimento de Robert Mueller, procurador dos Estados Unidos que vem investigando o envolvimento da Rússia na eleição de Donald Trump. Coincidência ou não, a campanha eleitoral do presidente foi liderada por Steve Bannon, que também tem vínculos com a Cambridge Analytica.

Independente do desfecho, essa história deixa um importante recado: é necessário mesmo ter bastante cuidado com a forma como as redes sociais são usadas, bem como com os dados que são compartilhados nelas.

Por Emerson Alecrim, do Tecnoblog

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