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A história e uma homenagem ao Antista do Acordeon, ícone da música nordestina no Tocantins

Sepultamento acontecerá às 8h desta sexta-feira, 4, em Cristalândia

 

 Antista do Acordeon deixa vasto legado na cultura tocantinense. – Foto: Divulgação.

 

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Considerado um dos maiores sanfoneiros da região, o sanfoneiro Waldemar Moura de Carvalho, mais conhecido como Antista do Acordeon, faleceu aos 75 anos, em Paraíso do Tocantins, nesta quinta-feira, 3, deixando um legado de quatro décadas dedicadas ao forró pé de serra e à valorização da cultura popular. O sepultamento acontecerá às 8h desta sexta-feira, 4, no Cemitério de Cristalândia.

 

Nascido em Cristino Castro, no Piauí, Antista iniciou sua trajetória musical ainda criança. Aos 18 anos, em 1967, montado no lombo de um cavalo, mudou-se para onde viria a ser o estado do Tocantins, no município de Ponte Alta. Passou por várias cidades: Porto Nacional, Natividade, Dianópolis, Paraíso do Tocantins e Palmas, e viveu em Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Balsas (MA) por alguns anos.

 

Em entrevista ao Jornal do Tocantins, em maio de 2014, Antista do Acordeon sempre demonstrou um carinho pelo estado que escolheu para ser seu lar definitivo. “Eu gosto mesmo é do Tocantins. Minha vida vai ser aqui, quero passar meus dias aqui. O povo do Tocantins é muito solidário comigo, sou mais conhecido aqui do que em outros lugares. Considero o Tocantins a minha terra natal”, declarou.

 

Filho e neto de sanfoneiros, incentivado pelo rádio nos anos de 1950, Antista lançou três álbuns e teve a oportunidade de dividir o palco com grandes nomes da música brasileira como Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Oswaldinho do Acordeon, bem como com os principais músicos regionais, tornando-se em referências para várias gerações. Seu legado musical e cultural ficará marcado não apenas pelas notas de sua sanfona, mas também pela paixão em preservar e difundir a música nordestina por onde passou, fomentando a cultura brasileira.

 

 Antista do Acordeon deixa vasto legado na cultura tocantinense. – Foto: Divulgação.

 

Amigo e admirador que acompanha sua carreira como jornalista e compositor, para o secretário da Cultura do Tocantins Tião Pinheiro, a partida do Antista do Acordeon é motivo de tristeza, mas também de agradecimentos pelo legado que ele deixou como artista, como ser humano e como referência para várias gerações. “Tive o privilégio de conviver com Antista do Acordeon e apreciar seu talento. Como cidadão e como gestor lamento sua partida e em nome do Governo do Tocantins através da Secretaria da Cultura, rogamos a Deus, força aos seus familiares e amigos para que superem tamanha perda”, disse.

 

O músico Chico Chokolate foi descoberto pelo artista quando estava começando a carreira, em 1980, em Paraíso do Tocantins, e participou de uma banda junto com o acordeonista. “Ele foi um grande professor em todos os sentidos da minha vida, me ensinou sobre cidadania e responsabilidade. Fizemos uma série de trabalhos juntos, gravamos especiais e estivemos juntos no aniversário de Taquaralto neste ano, em que fizemos nossa última apresentação juntos”, disse Chico.

 

O sanfoneiro Manoel Braga conhece Antista há mais de 45 anos e, inclusive, dividiu com ele uma residência em Porto Nacional. “Ele foi exemplo para muita gente que começava na música. Parceiro, uma pessoa humana, muito amigo, e representava o forró pé de serra de primeira categoria. Só tenho coisas boas para falar dele, a única coisa ruim era tocar no palco depois dele”, lembrou.

 

 

“Cala-se a voz mais expressiva do forró, xote e baião e brota no nosso coração uma saudade imensa de tantos momentos felizes e alegres que compartilhamos com esse grandioso talento da música popular brasileira Antista do Acordeon!”, comentou o amigo Paulo Mourão.

 

Antista do Acordeon deixa a esposa Maria Aparecida, os filhos Glaudiston, Vinícius, Murilo, Milena, Maurício, Antistanes e João Francisco (in memorian). O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), se solidariza com os familiares e amigos do sanfoneiro neste momento de perda e dor e ressalta sua importância para a cultura tocantinense.

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