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‘A vida invisível’ é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2020

“A vida invisível”, de Karim Aïnouz, vai representar o Brasil no Oscar 2020, anunciou nesta terça-feira, numa coletiva em São Paulo, a Academia Brasileira de Cinema. O filme, que estreia em 31 de outubro no Brasil , vai tentar uma das cinco vagas na categoria de melhor filme internacional. As indicações serão reveladas em 13 de janeiro e a premiação ocorre em 9 de fevereiro, em Los Angeles.

O filme é inspirado no livro “A vida invisível de Eurídice Gusmão” (2016), romance de estreia de Martha Batalha publicado em outros 10 países além do Brasil. A trama parte dos anos 1940 e acompanha a vida de duas irmãs — Guida e Eurídice — criadas num ambiente machista e repressor. Quando o destino as separa, elas fazem tudo para se reencontrar.

O longa disputava a indicação com outros 11 títulos: “Los silencios”, de Beatriz Seigner; “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles; “Sócrates”, de Alex Moratto; “A última abolição”, de Alice Gomes; “A voz do silêncio”, de André Ristum; “Bio”, de Carlos Gerbase; “Legalidade”, de Zeca Brito; “Humberto Mauro”, de André Di Mauro; “Espero tua (re)volta”, de Eliza Capai; “Chorar de Rir”, de Toniko Melo; “Simonal”, de Leonardo Domingues.

comissão encarregada de escolher o representante brasileiro foi composta por pelos cineastas  Anna Muylaert  (“Que horas ela volta?”), David Shürmann  (“Pequeno segredo”) e  Zelito Viana  (“Avaeté – Semente da Vingança”); pelas produtoras  Sara Silveira  (“As boas maneiras”) e Vania Catani  (“O palhaço”); o diretor de fotografia  Walter Carvalho (“Central do Brasil”); o roteirista  Mikael de Albuquerque  (“Real: O plano por trás da história”); pelo crítico e curador  Amir Labaki  , fundador do Festival É Tudo Verdade; e por  Ilda Santiago , diretora do Festival do Rio.

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Decisão não foi unânime

Anna Muylaert, que presidia a comissão, disse que a escolha não foi unânime: A Vida Invisíve

l  recebeu cinco votos, enquanto  Bacurau  ficou em segundo lugar, com quatro. Os critérios de seleção, segundo ela, foram “gosto pessoal e as chances de o filme agradar a Academia de Hollywood”.

 

— A comissão, dividida ou não, deseja o melhor para “A vida invisível”. Que faça uma grande campanha e faça e consiga a tão desejada vaga no Oscar — disse Anna, destacando que a presença de Fernanda Montenegro no elenco do longa também pesou na escolha. A atriz foi indicada à estatueta por “Central do Brasil” (1998).

Outro fator, segundo Anna, foi a presença de Rodrigo Teixeira na produção. Teixeira tem renome internacional, tendo coproduzido títulos como “Me chame pelo seu nome” (2017), indicado ao Oscar de melhor filme. Já o diretor Karim Aïnouz é muito benquisto no circuito de festivais – todos os seus longa-metragens participaram de mostras internacionais.

Ter Fernanda Montenegro no elenco também é um trunfo: conhecida internacionalmente, ela concorreu ao Oscar de melhor atriz na cerimônia de 1999 por “Central do Brasil”.

Representantes anteriores

Nos últimos anos, os filmes escolhidos para representar o Brasil no Oscar foram: “O grande circo místico” (2018), de Cacá Diegues; “Bingo: o rei das manhãs” (2017), de Daniel Rezende; “Pequeno segredo” (2016), de David Schürmann; “Que horas ela volta?” (2015), de Anna Muylaert; “Hoje eu quero voltar sozinho” (2014), de Daniel Ribeiro; “O som ao redor” (2013), de Kleber Mendonça Filho; e “O palhaço” (2012), de Selton Mello.

Fonte: O Globo

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