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Acusados de matar dono de postos em Porto Nacional vão a Júri Popular

O juiz de Porto Nacional, Alessandro Hofmann, julgou procedente a denúncia contra dois homens acusados de matar o dono de uma rede de postos de combustível, Wenceslau Gomes Leobas, 77 anos. Na decisão, publicada no final do mês de fevereiro, o magistrado também encaminha o processo para ser julgado no Tribunal do Júri, no qual a sentença é dada por um colegiado de populares, o Júri Popular. A defesa pode recorrer. Os dois acusados Alan Sales Borges e José Marcos de Lima estão presos desde janeiro do ano passado, quando o crime aconteceu.

Leobas foi baleado em 28 de janeiro. No dia, ele abriu o portão da casa onde morava em Porto Nacional, quando foi atingido por tiros. Ele ficou internado na UTI durante 17 dias e morreu, em um hospital particupar de Palmas.

Segundo o promotor de Justiça responsável pelo caso, Abel Andrade Leal Júnior, na decisão que julgou procedente a denúncia, o juiz afirma existir provas de que os dois homens são autores do crime. Ele explica ainda que o magistrado reconhece que o homicídio foi praticado mediante recompensa.

“O juiz reconhece os dois como executores do crime e que ambos receberam recompensa para praticar o homicídio e usaram recursos que dificultaram a defesa da vítima”, disse ao G1 nesta quarta-feira (1º).

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O promotor explicou ainda que se a defesa dos acusados recorrer, o processo é enviado ao Tribunal de Justiça para que o órgão confirme ou não a sentença de pronúncia. Caso a defesa não recorra, o processo segue direto para o Tribunal do Júri e entra em pauta para julgamento no mês de abril ou maio.

Acusado de ser mandante
No mês de junho do ano passado, o juiz aceitou denúncia contra o então presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Tocantins (Sindiposto), Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, conhecido como Duda. Ele é acusado de ser o mandante do crime.

Segundo o promotor Abel, o processo contra o Duda corre separadamente, mas a audiência de julgamento já está marcada para o mês de maio. Na época, Duda que era presidente do Sindiposto, disse que estava sendo acusado injustamente.

Crime
Wenceslau Leobas, 77 anos, foi assassinado no dia 28 de janeiro, quando estava saindo de casa, em Porto Nacional. Os relatos que constam no processo dizem que Alan Sales Borges e José Marcos de Lima estacionaram um carro de cor prata perto da Câmara Municipal da cidade.

Depois, Alan foi até a casa de Wenceslau e atirou contra ele. Após o crime, ele jogou a arma no chão e correu em direção à prefeitura da cidade, onde o comparsa José Marcos o esperava dentro do carro. Os dois fugiram em direção a Palmas, mas foram alcançados pela Polícia Militar e presos em flagrante. Desde então, permanecem na cadeia.

O Ministério Público Estadual disse que eles receberiam R$ 350 mil pela morte, sendo que R$ 33 mil já teriam sido pagos.

O empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, na época presidente do Sindiposto, foi denunciado como mandante do crime.

Suposta motivação
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), Wenceslau Leobas pretendia abrir um estabelecimento em Palmas. A intenção era praticar os mesmos preços do combustível vendido em Porto Nacional. Segundo a promotoria, estes valores são abaixo do que é praticado na capital.

O órgão disse ainda que Eduardo Pereira teria procurado a vítima para propor um esquema de alinhamento de preços para anular a concorrência e aumentar a margem de lucro, mas o empresário teria rejeitado a proposta. Para os promotores, este foi o motivo que levou Pereira a encomendar a morte de Wenceslau.

Assim que deu início a implantação do posto na capital, na TO-050, entre Palmas e Taquaralto, o empresário passou a receber ameaças, segundo relatos da denúncia. Na época do crime, o estabelecimento tinha licença prévia, licença de instalação e projeto de combate a incêndio aprovado pelos Bombeiros, restando apenas a anuência da Prefeitura de Palmas para o desmembramento da área.

A promotoria pediu a prisão preventiva do presidente do Sindiposto, mas a Justiça negou

Fonte: G1 Tocantins

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